Câmara debate Fraternidade e Políticas Públicas em Audiência Pública
Em ação conjunta da Câmara Municipal de Aparecida de Goiânia com a Arquidiocese de Goiânia, foi realizada, na manhã de terça-feira, 12, audiência pública para debater sobre a Campanha da fraternidade 2019, que tem como tema “Fraternidade e Políticas Públicas”.
Trata-se de uma campanha realizada anualmente pela Igreja católica, durante o período da quaresma. A cada ano é escolhido um tema em relação a um problema concreto que envolve a sociedade brasileira, buscando a transformação e caminhos para a solução.
Logo na abertura, o Padre Vitor, da Paróquia São João Batista, em Aparecida de Goiânia, explicou que é de extrema importância discutir o tema deste ano.
“Estamos aqui para apresentar este tema que será analisado e trabalhado neste ano. Que possamos não apenas refletir, mas também exercer o que está sendo proposto” pontuou o pároco.
O Arcebispo de Goiânia, Dom Washington, começou sua fala fazendo um pedido.
“Pedimos que durante esses quarenta dias que antecedem a páscoa, alimentem-se do amor cristão, através das políticas públicas, que também pode ser chamada de caridade, o que é diferente de políticas partidárias”,clamou. Ele ainda questionou qual seria a relação da Igreja com as políticas públicas.
E para responder a indagação, citou o caso de um problema urbano, no qual um esgoto a céu aberto estava atingindo crianças e toda uma população que ali residia. Enquanto todos esperavam que o poder público resolvesse a questão, um grupo da comunidade católica se reuniu e, conjuntamente, trabalharam pra resolver o problema.
“É uma questão do poder público, mas a sociedade em geral pode ser as mãos longas da cidade, onde o poder público por inúmeros motivos não pode chegar”, explicou Dom Washington.
Sobre o tema da Campanha deste ano, o reitor da Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC), Wolmir Amado, fez uma apresentação sobre os principais pontos, que ficará concentrado na participação, cidadania e bem comum.
“O objetivo é estimular a participação em Políticas Públicas à luz da Bíblia e da Doutrina Social da Igreja Católica, para fortalecer a cidade e o bem comum, através de ações e programas desenvolvidos pelo Estado”, explanou o Reitor.
Representando o Ministério Público Estadual, que também está apoiando a Campanha, a Promotora de Justiça, Suelena Carneiro, ressaltou o oportuno momento para debater tal assunto.
“Colheremos frutos desse tema, principalmente por conta da atual fase do país, que passou por inúmeras tragédias recentemente. Não será o presidente, governador ou prefeito sozinhos que resolverão o problema, por isso é necessário compreender como são construídas as políticas públicas e despertar no cidadão o interesse por elas”, pontuou a promotora.
Ainda durante a audiência, o presidente Vilmar Mariano (MDB), em nome da Câmara Municipal de Aparecida de Goiânia, homenageou o Arcebispo Dom Washington, com a entrega de uma placa.
Vereadores destacam importância do papel da Igreja na política
O vereador Arnaldo Leite (MDB) afirmou que, ao tratar de políticas públicas, a Igreja estará ajudando a política como um todo.
“Com essa atitude, percebemos que a Igreja está próxima da política, não daquela partidária, mas da política social, que busca o bem comum, o melhor pra coletividade”, pontuou.
Já os vereadores Hilário Giacomet (PSB) e Rosildo Manoel (PP) destacaram que a Campanha da Fraternidade deste ano tem condição de tornar o político mais engajado, vindo ao encontro do que é constantemente debatido nas sessões da Câmara Municipal.
Por sua vez, Manoel Nascimento (DEM) lembrou que fraternidade e políticas públicas também tratam de direitos constitucionalmente garantidos à todos.
Encerrando o evento, William Panda (PCdoB) teceu elogios aos trabalhos desenvolvidos pela comunidade católica.
“Fico feliz de ver que escolhi a Igreja da caridade, da fraternidade, que prega o bem comum, que faz do seu dia a dia uma verdadeira distribuição de renda pelo país. Hoje, em qualquer paroquia do município você encontrará inúmeros projetos sociais. Isso nos orgulha porque estão presentes em muitas áreas que o poder público não consegue alcançar”, concluiu Panda.