Governador afirma que agropecuária sustenta o país e que governabilidade só existe quando a segurança pública protege quem produz
Entre análises políticas, balanço do ano e clima de confraternização, o encerramento da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), nesta quarta-feira, 10/12, em Brasília, abriu espaço para um discurso firme do governador Ronaldo Caiado acerca do papel estratégico do setor no país. Em tom de reconhecimento e alerta, ele afirmou que a força política da FPA no Congresso se justifica pelo compromisso histórico com quem produz e pelo impacto decisivo do agro na sustentação econômica e social do Brasil.
Ao comentar vitórias recentes da bancada, Caiado avaliou que a agropecuária tem sido um dos principais pilares de estabilidade nacional. “Vocês acumulam vitórias porque defendem o que salva o Brasil. Se não fosse a agropecuária, esse país já teria sido tomado pelas facções criminosas. Essa é a verdade que precisa ser dita”, afirmou.
No centro de sua fala, a segurança pública foi apresentada como a engrenagem que permite governabilidade, preservação das atividades produtivas e ambiente propício para investimentos. “Quando se implanta segurança, o Estado cresce na agropecuária, na indústria, no comércio, na pesquisa e em tudo o que move a economia. Governabilidade depende de segurança pública. Segurança é soberania”, ressaltou.
Segurança no campo como política de Estado
O encontro também serviu de vitrine para ações implementadas em Goiás desde 2019, com destaque para o Batalhão Rural da Polícia Militar, criado para atuar de forma exclusiva na proteção de propriedades rurais. A unidade, estruturada com tecnologia, patrulhamento ostensivo e mapeamento georreferenciado, tornou-se referência nacional no enfrentamento a crimes no campo.
Hoje, o batalhão alcança mais de 142 mil propriedades cadastradas, garantindo presença ampliada das equipes em todas as regiões do estado. Os resultados expressivos ilustram a mudança de cenário: desde 2018, Goiás reduziu 83% dos roubos e 42% dos furtos rurais, consolidando a maior queda percentual entre os estados do Centro-Oeste.
A resposta rápida às ocorrências, combinada à criação de rotas seguras e maior integração com produtores, fortalece o clima de confiança no campo e permite que pequenas, médias e grandes cadeias produtivas operem com menor exposição ao risco.
Tradição ruralista e construção política
Em sua participação, Caiado fez uma retomada histórica do movimento ruralista no país, lembrando a articulação política construída a partir da década de 1980, quando a União Democrática Ruralista (UDR) passou a se consolidar como uma frente de defesa intransigente do direito de propriedade e dos interesses do setor.
“Há 40 anos começamos um processo que não era partidário, mas institucional, mantido pelos produtores. Ali se firmou a luta pelo direito de propriedade e pela organização técnica do campo”, destacou.
O presidente da FPA, deputado Pedro Lupion, reforçou o papel de Caiado na origem desse movimento, atribuindo a ele parte estrutural da formação da bancada ruralista. “Caiado é um dos responsáveis pela existência da bancada. Na década de 80, percorreu o país defendendo produtores, criando a UDR e ajudando a consolidar essa representação que hoje é fundamental em Brasília”, afirmou.
FPA fecha 2025 com força política ampliada
A confraternização marcou o encerramento de um ano em que a FPA demonstrou grande capacidade de articulação, influenciando debates sobre sustentabilidade, produção, crédito, regularização fundiária e segurança rural. Para Caiado, a atuação da bancada foi decisiva para garantir avanços legislativos e evitar retrocessos.
“Vitória atrás de vitória porque vocês defendem quem põe comida na mesa do Brasil”, disse o governador ao final do discurso, reforçando sua visão de que segurança pública e agropecuária caminham juntas para estabilizar o país.
