Cafu defende técnico brasileiro na Seleção e critica especulação por estrangeiros

Da Redação
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Capitão da Seleção Brasileira na conquista do penta em 2002, Cafu se posicionou contra a contratação de um treinador estrangeiro para comandar o Brasil rumo à Copa do Mundo de 2026. Em entrevista concedida nesta segunda-feira (21), diretamente de Madri, onde participa como membro da academia do Laureus World Sports Awards, o ex-lateral defendeu nomes como Rogério Ceni, Renato Gaúcho e Roger Machado como opções qualificadas para assumir o comando técnico da seleção. Para Cafu, o tempo curto de preparação até o próximo Mundial exige um treinador que já conheça o futebol brasileiro e os jogadores.
“Se tem pouco tempo para trabalhar, coloca um treinador brasileiro, que já está no Brasil, conhece o futebol brasileiro, conhece os jogadores. Por que não pensar nesses nomes ao invés de pensar só em técnico estrangeiro que nem sabemos se vem ou não?”, questionou. A crítica de Cafu surge em meio à forte especulação sobre treinadores como o português Jorge Jesus, o italiano Carlo Ancelotti e o português Abel Ferreira.
Ao comentar a recente demissão de Dorival Júnior, o ex-jogador considerou a decisão precipitada e desrespeitosa. “Maior falta de respeito do mundo mandar um treinador embora em um período em que tem mais um ano e meio para a Copa do Mundo”, disse Cafu, defendendo que qualquer treinador — seja brasileiro ou estrangeiro — precisa de tempo para construir um trabalho sólido.
Para o capitão do penta, os problemas da Seleção vão além da figura do técnico.
“Quem está em campo somos nós, a responsabilidade não é do treinador, não é do dirigente… Temos de parar de inventar desculpa”, afirmou, cobrando mais responsabilidade dos próprios jogadores.
Sobre a indefinição da CBF em escolher um novo nome para o cargo, Cafu afirmou que a demora prejudica o planejamento e a imagem do Brasil no cenário internacional: “Parece que estão leiloando o cargo da seleção brasileira”.
Apesar de reconhecer a competência de técnicos estrangeiros especulados, Cafu reforçou sua preferência por uma solução caseira, pelo menos neste momento. “É o único pentacampeão do mundo, cinco estrelas no peito. Pelo tempo, coloca um técnico brasileiro e vê o resultado. Baseado nisso, toma uma decisão”, concluiu.
Enquanto a CBF segue sem anunciar um novo comandante, a pressão por definição aumenta, e vozes como a de Cafu ganham peso no debate sobre o futuro da seleção.