Nacional

Brasil lidera fuga de milionários na América Latina

Da Redação
[email protected]

O Brasil deve registrar a saída líquida de 1.200 milionários ao longo de 2025, conforme levantamento divulgado no último dia 24 pela consultoria Henley & Partners. Esse volume representa a maior perda entre os países da América Latina e envolve a transferência estimada de US$ 8,4 bilhões (equivalente a R$ 46 bilhões) para fora do país.
A projeção posiciona o Brasil na 6ª colocação global entre os países com maior êxodo de indivíduos com alto patrimônio líquido, ficando atrás apenas de Rússia, Índia, China, Coreia do Sul e Reino Unido. Entre esses, o Reino Unido deve enfrentar a maior evasão de milionários em 2025.
Os destinos preferidos pelos milionários brasileiros incluem os Estados Unidos — especialmente o estado da Flórida — além de Portugal, Ilhas Cayman, Costa Rica e Panamá. Esses locais são vistos como alternativas para maior segurança, menor carga tributária e melhor qualidade de vida.
O fenômeno da migração de milionários é acompanhado anualmente pela Henley & Partners em parceria com a consultoria New World Wealth. A edição deste ano registra um recorde global, com cerca de 142 mil milionários previstos para se mudar para outros países até o final de 2025.
De acordo com o relatório, fatores como insegurança, instabilidade política e carga tributária elevada são os principais motivadores dessa movimentação. “Indivíduos com alto patrimônio líquido são geralmente os primeiros a deixar um país quando percebem deterioração nas condições econômicas ou de estabilidade”, afirma o documento, que não detalha as causas específicas do êxodo em cada nação.
Enquanto o Brasil enfrenta um êxodo crescente, outros países do grupo BRICS — China, Índia, Rússia e África do Sul — devem apresentar em 2025 suas menores perdas líquidas de milionários desde a pandemia, graças, em parte, ao retorno de cidadãos ricos que viviam no Reino Unido. Segundo a Henley & Partners, a China deverá perder 7.800 milionários, a Índia 3.500, a Rússia 1.500 e a África do Sul 250.
No cenário brasileiro, o movimento de saída ainda é predominante. Entre 2014 e 2024, o Brasil apresentou uma queda de 18% na população milionária, o que o coloca na 10ª posição global em perdas acumuladas, atrás de países como Argentina, Turquia e Nigéria — nações que enfrentaram forte desvalorização cambial na última década.
A consultoria destaca que a migração de milionários tem impactos diretos nas economias receptoras, com aumento da receita cambial, investimentos em negócios locais e valorização de ativos. Por outro lado, para os países emissores, a saída desses indivíduos e seus capitais pode indicar desafios estruturais, especialmente quando envolve volumes expressivos e pessoas com grande influência econômica

GED

Artigos relacionados

Botão Voltar ao topo