Brasil atrai R$ 27 bilhões em novos investimentos da China em infraestrutura, energia e tecnologia

Parcerias incluem projetos em energias renováveis, inteligência artificial, educação e logística, com impacto direto na economia nacional
O Brasil firmou novos acordos com a China que somam mais de R$ 27 bilhões em investimentos voltados a setores estratégicos como infraestrutura, energia renovável, tecnologia e formação profissional. As parcerias foram anunciadas no último dia 12, durante visita oficial do governo brasileiro a Pequim, e marcam um novo momento na cooperação econômica entre os dois países.
O intercâmbio comercial entre Brasil e China já movimenta cerca de US$ 160 bilhões anuais, segundo dados da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil). Agora, o objetivo é diversificar e qualificar essa relação com iniciativas que envolvem inovação, sustentabilidade e desenvolvimento regional.
Entre os projetos anunciados, destaca-se o investimento de US$ 1 bilhão na produção de combustível sustentável para aviação (SAF), a partir da cana-de-açúcar, e a criação de centros de pesquisa em energia renovável. Um deles será instalado em parceria com o Senai Cimatec e a Windey, com foco em energia solar, eólica e sistemas de abastecimento.
A agenda bilateral também inclui o fortalecimento da conectividade digital. Um acordo entre a estatal Telebras e a empresa chinesa Spacesail prevê a ampliação do acesso à internet em áreas remotas do país, por meio do uso de satélites de baixa órbita. Outro destaque é o Centro Virtual de Pesquisa em Inteligência Artificial, que deve desenvolver aplicações para áreas como saúde, segurança pública, agricultura e mobilidade.
Na área de saúde, oito acordos contemplam a transferência de tecnologia para a produção nacional de medicamentos, vacinas, insumos farmacêuticos e equipamentos médicos, o que pode reduzir a dependência do país em relação ao mercado externo.
O governo brasileiro também aposta na educação como base para sustentar o avanço tecnológico. Com os novos projetos, será necessário formar milhares de profissionais qualificados. A cooperação com a China inclui estímulo à formação em áreas como engenharia, matemática e ciência de dados, fundamentais para a nova indústria verde e digital.
No setor de logística, os investimentos visam impulsionar o Corredor Ferroviário Leste-Oeste e desenvolver rotas de integração bioceânicas, que prometem encurtar em até 10 mil quilômetros a distância entre Brasil e China, facilitando o comércio e impulsionando o desenvolvimento do interior sul-americano.
Outro ponto estratégico é o apoio chinês à exploração e processamento de minerais críticos presentes em território brasileiro, como lítio, nióbio, grafite e cobre — fundamentais para cadeias produtivas globais de baterias, veículos elétricos e tecnologias digitais.
Esses acordos representam um passo importante para o reposicionamento do Brasil no cenário global, com foco em crescimento sustentável, inovação e soberania tecnológica.