Brasil assume Mercosul com proposta de mais integração regional

Da Redação
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No último dia 3, durante a 66ª Cúpula do Mercosul em Buenos Aires, o Brasil assumiu a presidência pro tempore do bloco sul-americano, que reúne Argentina, Brasil, Paraguai, Uruguai e a Bolívia, em processo de adesão. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva apresentou as cinco prioridades para o segundo semestre de 2025: ampliação comercial, promoção da transição energética, desenvolvimento tecnológico, combate ao crime organizado e enfrentamento das desigualdades sociais.
Entre as pautas comerciais, Lula ressaltou o objetivo de fortalecer a Tarifa Externa Comum (TEC) e incluir os setores automotivo e açucareiro no regime comercial do Mercosul.
A presidência brasileira também quer acelerar a finalização do acordo Mercosul-União Europeia, considerado estratégico para o bloco, além de ampliar parcerias comerciais com Canadá, Emirados Árabes Unidos, Panamá, República Dominicana e fortalecer laços com países do Cone Sul e do mercado asiático, como China, Japão e Índia.
Lula defendeu a modernização dos sistemas de pagamento em moedas locais para facilitar as transações digitais e reforçou que “estar no Mercosul nos protege” em um cenário global instável. Segundo ele, a robustez institucional e a rede de acordos firmados tornam o bloco uma plataforma confiável para o comércio internacional.
No campo ambiental, a presidência brasileira vai priorizar a agenda verde, com foco na cooperação para o combate às mudanças climáticas e na transição energética. Lula lembrou que o Brasil sediará a COP30 e destacou a importância do programa Mercosul Verde, que visa fortalecer a agricultura sustentável e incentivar padrões comuns de sustentabilidade, inovação e rastreabilidade na região.
A área tecnológica também terá atenção especial, com a proposta de criar modelos de inteligência artificial que reflitam a cultura latino-americana, além do incentivo ao desenvolvimento de centros de dados locais e à soberania digital. “Queremos fazer do Mercosul um polo de tecnologias da saúde, capaz de atender às necessidades da população”, afirmou o presidente.
No combate ao crime organizado, o Brasil estuda a criação de uma agência regional para atuar contra essas “multinacionais do crime”, com ações integradas para conter tráfico, crimes financeiros e ambientais, especialmente nas fronteiras e na Amazônia.
Por fim, a presidência pretende ampliar a participação da sociedade civil e fortalecer instituições voltadas a direitos humanos, inclusão social e redução das desigualdades, com a retomada da Cúpula Social e a realização de uma Cúpula Sindical.