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Biden autoriza uso de mísseis de longo alcance para ataques dentro da Rússia

Da Redação
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Em um movimento significativo na política externa dos Estados Unidos, o presidente Joe Biden autorizou, neste domingo, o primeiro uso de mísseis de longo alcance fornecidos pelos EUA à Ucrânia para ataques em solo russo. A medida, que ocorrerá no contexto das reuniões do G20 no Brasil, representa uma intensificação do apoio americano à Ucrânia na guerra contra a Rússia, especialmente após a recente decisão de Moscou de envolver tropas norte-coreanas no conflito.
Os mísseis, conhecidos como Sistemas de Mísseis Táticos do Exército (ATACMS), têm um alcance de até 305 quilômetros, permitindo que a Ucrânia atue mais profundamente dentro do território russo, especialmente na região de Kursk, no oeste da Rússia. Inicialmente, os ATACMS serão empregados contra forças russas e norte-coreanas, em uma resposta direta ao agravamento da situação militar na fronteira.
Essa autorização de Biden marca uma grande mudança na postura dos Estados Unidos em relação ao fornecimento de armas à Ucrânia. A decisão ocorre em um momento delicado, faltando apenas dois meses para a posse de Donald Trump, presidente eleito dos EUA, que tem defendido uma política de redução do apoio à Ucrânia.
Autoridades do governo americano indicaram que a autorização para o uso dos ATACMS é uma resposta à surpresa gerada pela presença de tropas norte-coreanas na Rússia, reforçando a postura agressiva do Kremlin no conflito. “Permitir que os ucranianos usem mísseis de longo alcance é uma resposta direta à decisão da Rússia de trazer tropas norte-coreanas para a luta”, afirmou um alto funcionário do governo dos EUA.
Esta é uma continuação da política de alívio gradual das restrições quanto ao uso de armamentos fornecidos pelos EUA. Em maio deste ano, após a Rússia lançar ataques além da fronteira, o presidente Biden permitiu o uso do High Mobility Artillery Rocket System (HIMARS) — com alcance de aproximadamente 80 km — para ajudar a Ucrânia a defender a cidade de Kharkiv, a segunda maior do país.
Naquele momento, no entanto, Biden não autorizou o uso do ATACMS, que possui um alcance significativamente maior, de até 305 km. Com a escalada do conflito e a entrada de tropas norte-coreanas no campo de batalha, a administração Biden reviu essa decisão, permitindo que a Ucrânia utilize esse novo recurso para alcançar alvos estratégicos mais distantes.
A decisão de Biden de liberar o uso do ATACMS ocorre em um momento crucial para a política interna dos EUA, já que Donald Trump, que se prepara para assumir a presidência em janeiro de 2025, tem se mostrado cético em relação ao envio de mais armas para a Ucrânia. Durante sua campanha, Trump prometeu adotar uma postura mais restritiva e limitar o apoio militar adicional ao país, o que cria um clima de incerteza sobre o futuro da ajuda americana.
A autorização para o uso de mísseis de longo alcance também é vista como uma tentativa de demonstrar o compromisso contínuo dos EUA com a defesa da Ucrânia, especialmente à medida que o conflito com a Rússia se arrasta para o seu terceiro ano e se intensifica com a participação de novas forças militares.

GED

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