Autoridades Venezuelanas Desmentem Prisão de María Corina Machado e tensiona posse de Maduro
A notícia sobre a prisão de María Corina Machado, principal figura da oposição venezuelana, que circulou nos principais jornais brasileiros na tarde dessa quinta-feira (9), foi prontamente desmentida pelas autoridades da Venezuela. De acordo com as autoridades venezuelanas, a ex-deputada teria criado um “factóide” para tentar “manchar” a posse do presidente Nicolás Maduro, marcada para esta sexta-feira (10).
A coalizão Comando Com Venezuela, que coordenou a campanha do candidato opositor Edmundo González Urrutia, indicado por Corina para disputar a eleição contra Maduro, havia informado, por volta das 16h21, que Corina teria sido “violentamente interceptada” na saída de um protesto da oposição, sendo ainda acusada de ser alvo de disparos contra as motos que a transportavam. No entanto, minutos depois, a Agência Venezuelana de Notícias, veículo estatal, negou a versão, afirmando que fontes estatais desmentiram a prisão e agressão de Machado, e publicaram uma foto da ex-deputada conversando com um policial.
Quase simultaneamente, a vice-presidente da Venezuela, Delcy Rodríguez, divulgou um vídeo em que María Corina Machado aparece afirmando estar segura e bem. Em sua declaração, Corina mencionou que, ao sair do protesto, havia perdido sua carteira, mas garantiu que estava bem e reiterou sua confiança de que a Venezuela seria livre.
Delcy Rodríguez questionou o motivo de se criar um “show” em meio ao “estrondoso fracasso” da convocatória da oposição, apontando que os protestos haviam sido esvaziados. Após o vídeo de Corina ser divulgado, o Comando Com Venezuela divulgou uma nova comunicação afirmando que Machado teria sido obrigada a gravar os vídeos e que foi liberada após ser “sequestrada” e “forçada” a gravar imagens.
Mais tarde, já no final da noite, Corina utilizou suas redes sociais para se manifestar novamente. Ela agradeceu a presença dos manifestantes e afirmou estar em um lugar seguro, mais determinada do que nunca a continuar sua luta. “Agora estou em um lugar seguro e mais determinado do que nunca a continuar com você ATÉ O FIM! A Venezuela será LIVRE!”, escreveu.
Em resposta aos protestos da oposição, as forças chavistas realizaram uma marcha em Caracas no mesmo dia, em apoio à posse de Nicolás Maduro. O ministro do Interior da Venezuela, Diosdado Cabello, reforçou a versão oficial, afirmando que não houve qualquer detenção de Corina Machado. “Ela estava em sua casa desde cedo. Eu garanto: se a decisão fosse detê-la, ela já teria sido detida”, disse Cabello, desmentindo as informações circuladas nas redes sociais e por opositores.
