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Artistas encontram alternativas para se manterem ativos durante a pandemia

O compositor pretende colocar o projeto do 96’ em prática, após a redução da propagação do coronavírus

O mundo artístico tem forte influência, seja por meio da dança, de pinturas ou até mesmo da música, tanto por trabalho quanto para entretenimento, a arte está presente no cotidiano da sociedade. Em decorrência da crise gerada pela pandemia da Covid-19, o mundo teve que se adaptar ao novo normal, se reinventando para permanecerem ativos no trabalho, independente da profissão.
Para combater o novo coronavírus, medidas de isolamento e distanciamento social tiveram que ser adotadas. Uma pesquisa inédita da União Brasileira de Compositores (UBC) em parceria com a Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM), traduz este cenário e revela que a dificuldade de viver da música aumentou ainda mais, principalmente para cantores independentes. Segundo dados coletados, 86% dos 883 músicos que participaram da análise perderam renda.
Segundo Giovani Marangoni, coordenador de pesquisa, os resultados permitem constatar uma vinculação muito grande dos artistas da música com os shows. “Como essa atividade foi a primeira a parar e está sendo a última a voltar durante a pandemia, o impacto financeiro sobre o setor é muito grande. Outra coisa que percebemos é que muitos passaram a fazer lives, acreditando que ganharão dinheiro com isso”, ressalta.
A carreira musical do cantor independente e compositor Murilo Bispo, não se distancia de outras histórias já conhecidas. Natural de Lorena (SP), o artista que chegou à semifinal do The Voice Brasil (2018), lançou seu primeiro clipe solo ano passado durante a pandemia. Assim como outros artistas, Murilo teve que se adaptar à nova realidade e se reinventar artisticamente.
Para o cantor, a maior dificuldade foi a falta do palco e da convivência de maneira geral. “Para você ser artista, precisa ter uma vivência pessoal muito carregada de coisas para você conseguir traduzir aquilo em arte de alguma forma. Quando a gente não tem vivência nenhuma é muito difícil você extrair ideias e você acaba se fechando em um mundo que basicamente o que você vive de diferente do que está dentro do seu teto é o que você vê na internet. Não tem a vivência real de conexão com outras pessoas, de conhecer pessoas novas, então pra mim o que mais pesou foi não ter histórias novas pra poder colocar dentro do meu trabalho artístico”, destaca.
A maioria dos artistas utilizaram das lives para divulgar seus trabalhos, mas Murilo não achou que se encaixaria a isto, apesar de ter achado a movimentação interessante. “Eu confesso que eu não fui muito adepto da lógica das lives. Por mais que eu tenha achado muito legal todo movimento que rolou, fazer por fazer para mim não estava fazendo muito sentido, eu acho que para os grandes artistas acabou sendo muito legal porque eles conseguiram obviamente puxar patrocínio, e ter uma audiência maneira ali e a fanbase desses caras que são grandes, obviamente é muito maior então as pessoas depositavam essa expectativa de ver alguma coisa acontecendo. Mas no meu caso, me dediquei mais para estudar”, afirmou. O mundo todo está ansioso para o final da pandemia, que já deixou mais de 517 mil mortos no Brasil.
Mesmo sem uma data exata de quando tudo irá normalizar novamente, com o avanço das campanhas de vacinação ao redor do país.

GED

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