O grupo ”Guerreiros da Educação” ganha cada vez mais força e apoio para se manifestar contra a proposta de Emenda à Constituição PEC 65/2019, lei da previdência que desconta 14,25% dos salários de professores aposentados e pensionistas do estado de Goiás. Atualmente, o grupo já conta com 4.312 servidores envolvidos nesta causa. No total, já se soma em torno de 95% dos municípios goianos com representantes dos Guerreiros.
Com a aprovação da Reforma da Previdência Estadual, em 2019, servidores públicos aposentados que contribuíram com a previdência por 30, até 40 anos e recebem abaixo do teto do INSS – cerca de R$ 6.000,00 – voltaram a ter descontos nos vencimentos, valores que chegam a R$ 780,00, quando mais precisam. Desde então, o grupo Guerreiros da Educação segue na luta pela a revogação da lei.
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O governador Ronaldo Caiado anunciou, no último dia 17, um reajuste salarial de até 7,20% para os professores do Estado. Ainda segundo o governador, aposentados e pensionistas também estão inclusos dentro do reajuste. Também confirmou a criação de um auxílio de R$ 500 para os servidores da educação. Os novos vencimentos e o benefício extra passam a valer em outubro.
Hoje a preocupação maior dos Guerreiros da Educação, é justamente o fato de o governador já ter assinado o reajuste salarial e por tê-los incluídos, e mesmo assim continuar com o desconto de 14,25% nos salários de aposentados e pensionistas.
A professora Dagmar Rodrigues, uma das administradoras do grupo, conta que mesmo com o reajuste do governador, isso não ameniza o lado do aposentado ou do pensionista, segundo ela muitos passam até por dificuldades. ”Enquanto o governo deu 7,2% de aumento, nós professores aposentados perdemos 17% e servidores administrativos foram 22% de perda”, destaca Dagmar.
Durante reunião com representantes do grupo na Assembleia Legislativa de Goiá (Alego), que aconteceu no último dia 4, muitos professores relataram dificuldades financeiras, após a perda do direito. O grupo pede a revogação da lei e o recebimento de todos os atrasados. O Governador, Ronaldo Caiado já está a par da situação e pode avançar no processo.
Thalles Barreto, deputado líder e aliado ao movimento Guerreiros da Educação, falou sobre a importância do fechamento positivo desse caso: “As pessoas que contribuíram por muitos anos têm o direito de retirar isso (previdência). É totalmente justa a reivindicação por parte dos professores e com as contas um pouco mais equilibradas, a lei pode ser revogada. É um grande passo para a educação e de reconhecimento para esses profissionais, que está sendo coordenada pelo presidente da ALEGO, Lissauer Vieria”, finalizou Talles Barreto.
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O grupo
Depois de muito luta o grupo Guerreiros da Educação , criado por duas aposentadas que estavam tristes em ver suas colegas sempre reclamando o quanto vinham em seus contracheques, que o dinheiro não dava para pagar os remédios. Florentina Brito e Hilda Amélia resolveram abrir o grupo para gritar a indignação dos aposentados esquecidos por todos, inclusive pelo Sintego que nunca em suas lutas falavam dos aposentados.
Com crescimento do grupo as colegas, Nilva, Maria dos Anjos, Marilene, Solange, Edileuza, Dagmar, Leninha, Reni,Ze Maria , ELAISSE e Malta juntaram se a luta conosco. ”Sempre procuramos levar os colegas aposentados a refletir que estávamos invisíveis pq éramos vistos como aqueles que não são úteis para nada, até mesmo considerados sem ânimo para ir às urnas”, destaca Florentina Brito, uma das criadoras do grupo.
”E com essa reflexão fomos acordando. Somos 35 mil aposentados entre professores e técnicos, então poderíamos decidir a eleição de qualquer candidato. Quando percebemos os ‘Gigantes Acordaram” e hoje somos 12 grupos de WhatsApp com 4.312 participantes na lista atualizada de hoje. E pelo fato de termos tornados gigantes conseguimos acordar até o Sintego que tinha esquecido dos aposentados. Hoje com tudo que os Guerreiros da Educação conseguiram, fomos privilegiado pelo próprio sindicato com um movimento exclusivo para os aposentados”, destaca.
Na última quinta-feira (26), aposentados da rede estadual de educação foram à porta da Assembleia Legislativa do Estado de Goiás (Alego) protestar. Os manifestantes se encontraram com o presidente da Casa, Lissauer Vieira e na sequência seguiram para a porta do Palácio das Esmeraldas. Uma audiência com o governador Ronaldo Caiado, intermediada por Lissauer acontecerá semana que vem.