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Em troca de apoio político de vereadores, prefeitura de Formosa contratou ilegalmente cerca de 470 pessoas

Operação Críton, deflagrada pelo Ministério Público e a Polícia Civil

Durante Operação Críton, deflagrada pelo Ministério Público e a Polícia Civil, no município de Formosa, na região Nordeste de Goiás, nesta segunda-feira, 16, foram apreendidos documentos e materiais eletrônicos, dentre eles, cinco computadores, um laptop, quatro celulares e pen drives.

De acordo com o promotor de justiça, Douglas Chegury, a ação é um desdobramento da Operação Treblinka, denúncia oferecida em julho de 2019 pelo Ministério Público, que condenou os ex-prefeitos de Formosa Pedro Ivo de Campos Faria e Itamar Sebastião Barreto, os ex-secretários de Administração, além da dona da Arraial Reciclagem e Cultura, a penas que variam de três a cinco anos de detenção e ao pagamento de indenização ao município, em valores que variam de R$ 500 mil a R$ 19 milhões.

Segundo Douglas Chegury, a Operação Críton busca responsabilizar os agentes políticos do legislativo municipal por se apropriar de cargos públicos e indicar apadrinhados e apoiadores políticos para prestar serviços na prefeitura sem a realização de concurso público.

“Cerca de 470 pessoas foram contratadas ilegalmente como catadores de lixo, através da empresa da Cooperativa de Catadores de Lixo (Cooperativa Recicla), para ocupar cargos na prefeitura”.

O promotor explica que os cargos eram oferecidos aos vereadores em troca de apoio político para que o executivo tivesse maioria dos parlamentares na Câmara Municipal. “É o toma lá, dá cá. E a moeda de troca eram os cargos na prefeitura para que os vereadores pudessem indicar os seus aliados e, posteriormente, aprovar as leis de interesse dos prefeitos”.

“O material apreendido irá passar por perícia e análise com o objetivo de encontrar provas, visando confirmar as evidências testemunhais já anexadas ao processo de investigação. Essa perícia deve ser concluída em até 30 dias e, após, iremos oferecer a denúncia à justiça com intuito de responsabilizar os agentes políticos de se apropriar ilegalmente de cargos públicos”, apontou o promotor.

O atual Presidente da Câmara de Vereadores Acinemar Gonçalves Costa, conhecido como “Nema”, os ex-vereadores Antônio Faleiro Filho, Emílio Torres de Almeida, Jesulindo Gomes de Castro, Jorge Gomes da Mota, Nélio Marques de Almeida e Wenner Patrick de Sousa, além do ex-secretário Rodrigo Melo da Natividade, poderão responder pelo crime de corrupção passiva.

GED

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