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Antigo prédio da Celg tombado com alto valor cultural e histórico pode ser demolido

O edifício está em processo de tombamento desde 2019 pela Secretaria de Cultura do Estado

Mais um imóvel de valor arquitetônico e histórico inestimável do estado de Goiás pode vir a ser demolido caso não seja sanado o impasse que envolve o imóvel que já foi sede da antiga empresa Centrais Elétricas de Goiás (Celg), na Avenida Anhanguera, 7171, Setor Oeste, em Goiânia. A edificação possui processo de tombamento em curso pela Secretaria de Cultura do Estado, porém foi vendido em 2016, na ocasião do leilão da Celg para as empresas Construtora e Incorporadora Merzian LTDA, Oliveira Melo Engenharia e Linknet tecnologia e telecomunicação LTDA e Construtora e Incorporadora Santa Teresa LTDA. Grupo pretende pretendia demolir o edifício para construir um shopping.

O processo de tombamento iniciado em 2019 pela Secretaria de Estado e de Cultura de Goiás gerou processo administrativo que garantiu o tombamento provisório da edificação e do painel que existia no prédio produzido pelo artista e frei Nazareno Canfaloni, precursor e pioneiro das artes no estado de Goiás.

O processo corre no Ministério Público de Goiás (MP-GO), por intermédio da 81ª Promotoria de Justiça, com atribuição da defesa do Meio Ambiente, Urbanismo e Patrimônio Histórico. Que já instituiu procedimento no qual acompanha a situação do edifício da antiga sede da Celg, assim como do vilipêndio (ato de depredar com desprezo algo) de painel do artista plástico frei Confaloni existente naquele prédio.

Por meio de nota, a 81ª promotoria informa que se encontram ‘pendentes diligências determinadas, não havendo, por essa razão, posicionamento conclusivo a respeito das providências ou ações a serem tomadas’. Ou seja: o caso permanece sem solução, por enquanto.

Mediante nota de repúdio do Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Brasil (regional Goiás) CAU/GO a notícia, já publicada em outros veículos de comunicação, veio à tona mais uma vez, tendo em vista que, em relatório técnico apresentado pelo devido órgão que tem força nacional, o prédio da antiga Celg, possui características modernistas, além de ser avaliado como um exemplar autêntico do modo de entender e fazer arquitetura de uma época.

A entidade alega ainda que a localização do imóvel é emblemática dentro de um circuito de outros espaços importantes na cidade como o Lago das Rosas, a antiga estação Rodoviária (hoje sede do Corpo de Bombeiros), o Teatro Inacabado e o antigo edifício que abrigou a sede do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iplan), demolido no início dos anos 2000.

A vandalização do painel que havia no local já foi parar na polícia. “Fui acionado para registrar o boletim de ocorrência sobre o ato de vandalismo contra a tela de frei Nazareno Canfaloni. Um absurdo o que fizeram alí. Uma obra daquela magnitude ser depredada daquela forma”, disse o delegado titular da Delegacia Estadual de Repressão a Crimes contra o Meio Ambiente (DEMA), Luziano Silva.

GED

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