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Aluno de Anápolis é ouro na Olimpíada de Matemática 2018

Felipe Primo foi o único estudante da rede municipal de ensino de Goiás a conquistar medalha

Com apenas 12 anos, ele já tem todo seu futuro planejado: ser engenheiro da Nasa, pintor e youtuber. Pode até parecer, mas não se trata de sonhos de um pré-adolescente qualquer. Felipe Primo entende que para alcançar tudo o que deseja, precisa se esforçar. E muito. Foi por isso que, em 2018, ele participou da Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas (Obmep) e se dedicou tanto que acabou sendo o único aluno da rede municipal de ensino de Goiás a conquistar medalha de ouro na competição, se destacando entre mais 18 milhões de estudantes de todo o País.

O jovem é aluno do 7º ano na Escola Municipal Cora Coralina, no Vivian Park, e tem recebido inúmeros convites para estudar em outras instituições de ensino. Mas o pai garante: ele não quer de jeito nenhum. Felipe prefere continuar na turma de 38 alunos que, mesmo com a adrenalina lá em cima, se divertem bastante quando o professor de matemática lança o desafio ‘Cálculo Mental’. Trata-se de um projeto desenvolvido na unidade, onde os alunos competem entre si e respondem questões de exatas apenas pensando. “Assim conseguimos identificar no que o aluno tem maior dificuldade e ajudá-lo. Fora isso, sempre digo para eles terem dedicação, empenho e muitas horas de estudo”, conta o professor de matemática, Givanildo Pires Silva.

Foi assim que o Felipe passou a ter facilidade com essa disciplina, tão temida por alguns estudantes. “A prova foi bem difícil, mas como eu já estudava para a escola, só passei a intensificar a preparação, resolvendo as atividades disponíveis no site da Obmep. Fazia isso de domingo a domingo, uma hora por dia, durante um mês”, compartilha o medalhista. Em julho, o garoto embarca para a Bahia para Brasil. “Estou muito empolgado. O hotel fica a 100 metros do mar. Esse ano quero me destacar de novo e assim vou conhecer muitos lugares diferentes”, brinca o estudante.

Além de conhecer novos lugares, como medalhista na edição passada da Obmep, ele tem a oportunidade de fazer parte do Programa de Iniciação Científica Jr. (PIC), que propicia ao aluno entrar em contato com questões na área da matemática, ampliando seu conhecimento científico e preparando-o para um futuro desempenho profissional e acadêmico. “Tenho feito as atividades e isso me fez ter outra visão de como resolver cálculos. Com isso, estou ajudando meus colegas de classe”, garante Felipe.

O pai, Alan Alves, se emociona ao falar do filho. “Ele nos enche de orgulho. As pessoas sempre nos questionam porquê não o colocamos em uma escola particular, mas vemos que isso não importa. A escola é muito boa, por isso sempre digo ao Felipe: se há professores qualificados e a unidade de ensino dá boas condições de aprendizagem, faça a sua parte e estude”, comenta. “Se ele quiser ser engenheiro da Nasa, ele vai ser. Eu tenho certeza que se ele acreditar e correr atrás, vai conseguir”, completa Alan.

Conhecimento
O apoio da família e da escola é essencial no processo de ensino/aprendizagem das crianças e adolescentes. Sabendo disso, o corpo docente da Escola Municipal Cora Coralina incentiva o estudo de forma descontraída por meio de inúmeros projetos como o ‘Cálculo Mental’, voltado à matemática. “Valorizamos o conhecimento e as crianças gostam muito. Damos as oportunidades para eles, e alunos como o Felipe sabem como aproveitá-las”, afirma a diretora da unidade, Ana Paula Duarte.

Saiba mais
A Obmep é um projeto nacional dirigido às escolas públicas e privadas brasileiras, realizado pelo Instituto Nacional de Matemática Pura e Aplicada (Impa), com o apoio da Sociedade Brasileira de Matemática (SBM), e promovida com recursos do Ministério da Educação e do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC). Criada em 2005 para estimular o estudo da matemática e identificar talentos na área, a OBMEP tem como objetivos principais:

– Estimular e promover o estudo da Matemática;

– Contribuir para a melhoria da qualidade da educação básica, possibilitando que um maior número de alunos brasileiros possa ter acesso a material didático de qualidade;

– Identificar jovens talentos e incentivar seu ingresso em universidades, nas áreas científicas e tecnológicas;

– Incentivar o aperfeiçoamento dos professores das escolas públicas, contribuindo para a sua valorização profissional;

– Contribuir para a integração das escolas brasileiras com as universidades públicas, os institutos de pesquisa e com as sociedades científicas;

– Promover a inclusão social por meio da difusão do conhecimento.

O público-alvo da Obmep é composto de alunos do 6º ano do Ensino Fundamental até último ano do Ensino Médio. Em 2018, mais de 18 milhões de alunos de participaram da olimpíada.

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