Advogado de Trump ironiza Lula após encontro e diz que presidente brasileiro “busca validação”

Por Ana Lucia
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A repercussão do encontro entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ocorrido no domingo (26/10) na Malásia, continua movimentando os bastidores políticos. Desta vez, o advogado de Trump, Martin De Luca, criticou publicamente o tom de celebração do governo brasileiro após a conversa de 45 minutos entre os dois líderes.
Em uma série de postagens no X (antigo Twitter), De Luca ironizou o entusiasmo do Palácio do Planalto e afirmou que a reunião “não teve utilidade prática”. “Após apenas 45 minutos com @realDonaldTrump, @LulaOficial e sua equipe deram meia dúzia de coletivas de imprensa em 12 horas. Nunca tão pouco produziu tantas declarações de ‘grande progresso’”, escreveu o advogado.
Na sequência, ele debochou do tom otimista de Lula e comparou a repercussão do encontro a uma vitória de guerra: “Quando você está tão desesperado por validação, até voar 24 horas para uma sessão de fotos na Malásia se torna um ‘encontro histórico’. Papai (Trump) disse olá e Lula está comemorando como se tivesse acabado de vencer a Segunda Guerra Mundial”.
Em outro post, De Luca ainda fez referência ao ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, sancionado pelos EUA com base na Lei Magnitsky, e insinuou que o Brasil estaria “dependente” de decisões do magistrado.
A fala do advogado repercutiu rapidamente entre políticos brasileiros, especialmente na ala bolsonarista, que também ironizou o encontro.
O deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) afirmou que “Lula saiu sem o que esperava” e sugeriu que o tema da conversa tenha incluído o nome do ex-presidente Jair Bolsonaro.
Apesar das críticas, Lula classificou o diálogo como “positivo e construtivo”. Segundo o presidente, negociadores de Brasil e EUA já foram designados para rever as tarifas impostas às exportações brasileiras, o principal tema da conversa. “O que interessa numa mesa de negociação é o futuro. A gente não quer confusão, quer resultado”, afirmou o petista.
O governo brasileiro trata o encontro como um passo importante na reaproximação diplomática entre Brasília e Washington, após anos de distanciamento.


