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Acusado de matar advogados em Goiânia é condenado a mais de 45 anos de prisão

Marcus Chaves e Frank Carvalhaes foram mortos em 2020; investigações apontaram que Pedro Henrique Martins Soares foi contratado por fazendeiro que perdeu causa na Justiça

Pedro Henrique Martins Soares, acusado de matar os advogados Marcus Aprigio Chaves, de 41 anos, e Frank Alessandro Carvalhaes de Assis, de 47, foi condenado a 45 anos, seis meses e dez dias de reclusão em regime fechado. O crime ocorreu no dia 28 de outubro de 2020, no escritório onde as vítimas trabalhavam, no setor Aeroporto, em Goiânia. O júri popular teve início na manhã de terça-feira (17) e foi presidido pelo juiz Eduardo Pio Mascarenhas, da 1ª Vara dos Crimes Dolosos contra a Vida.

As investigações apontaram que Pedro Henrique foi contratado pelo fazendeiro Nei Castelli, para matar os advogados, depois que eles tiveram êxito em um processo de reintegração de posse de uma fazenda da família Castelli, avaliada em R$ 46,7 milhões. Ficou constatado que o fazendeiro chegou até Pedro Henrique por meio do empresário Cosme Lompa Tavares, acusado de ser o intermediário do crime.

Marcus Aprigio era filho do ex-presidente do TJ-GO, Leobino Valente Chaves, e Frank Alessandro, filho do delegado aposentado Francisco de Assis. Segundo as investigações, o agricultor pagaria R$ 100 mil para os contratados para cometerem o crime caso eles saíssem impunes e R$ 500 mil se fossem presos.

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Crime

O crime aconteceu em 28 de outubro de 2020 no escritório dos advogados, no setor Aeroporto, por volta de 14h30. De acordo com o Ministério Público de Goiás (MP-GO), o fazendeiro Nei Castelli contratou os assassinatos, pois Marcus e Frank venceram uma disputa judicial de reintegração de posse contra a família dele, que gerou R$ 4,6 milhões de honorários aos advogados.

Ele teria procurado, então, Cosme Lompa para auxiliar na contratação dos executores Pedro Henrique e Jaberson Gomes – este último morreu em confronto com a Polícia. Segundo os autos, a namorada de Pedro, Hélica Ribeiro, teria negociado o valor pelas mortes.

De acordo com o MP, o fazendeiro pagaria R$ 100 mil se a dupla não fosse presa e R$ 500 mil se eles não ficassem impunes. Assim, Pedro e Jaberson armaram uma reunião com Marcus Chaves com nomes falsos.

No dia do crime, já no escritório, eles foram levados a uma sala de reunião e renderam Marcus com um revólver, e ele precisou chamar Frank. Os dois foram mortos: Marcus com três tiros e Frank com um. Os disparos foram realizados por Pedro Henrique, segundo o Ministério Público.

Ainda conforme o MP, eles perguntaram as vítimas onde teria dinheiro. Marcus, inclusive, chegou a dar R$ 2 mil para eles. O órgão diz que foi uma tática para despistar as motivações. No júri, vale citar, Pedro alegou ter sido Jaberson o autor dos disparos.

 

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