Acareação sobre Banco Master começa com novos depoimentos determinados pelo STF

Audiência foi marcada por Dias Toffoli e deve confrontar versões sobre tentativa de venda do banco ao BRB
Por Ana Lucia
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Nos bastidores de uma investigação sigilosa que envolve o sistema financeiro, a expectativa desta terça-feira é pela tomada de novos depoimentos antes do início da acareação sobre a tentativa de venda do Banco Master. A medida foi determinada pelo ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal, e será conduzida por um juiz auxiliar de seu gabinete.
Devem prestar depoimento o empresário Daniel Vorcaro, controlador do Banco Master, e o ex-presidente do BRB, Paulo Henrique Costa. Também participará da acareação Ailton de Aquino, diretor de Fiscalização do Banco Central, que não é investigado no caso.
A estratégia da investigação prevê que, após os depoimentos individuais, as versões apresentadas sejam confrontadas, com o objetivo de esclarecer divergências já identificadas nos autos. A informação foi divulgada inicialmente pelo Valor Econômico e confirmada pela Folha de S.Paulo.
A acareação é um instrumento usado no processo penal para sanar inconsistências entre declarações divergentes de investigados, testemunhas ou outros envolvidos. No entanto, neste caso, o ministro decidiu marcar o confronto antes mesmo de serem formalmente apontadas contradições objetivas, sustentando que já existem versões conflitantes registradas ao longo da apuração.
O foco da audiência será a atuação dos envolvidos na negociação que previa a venda do Banco Master ao BRB, barrada pelo Banco Central. A investigação apura indícios de que, antes mesmo da formalização do negócio, o Master teria forjado e vendido cerca de R$ 12,2 bilhões em carteiras de crédito consignado ao BRB, incluindo contratos falsos e valores inflados.
O escândalo culminou na liquidação do Banco Master, em 18 de novembro, e na prisão temporária de Vorcaro por 12 dias. Atualmente, ele responde às investigações monitorado por tornozeleira eletrônica. Desde o início de dezembro, todas as diligências relacionadas ao caso passaram a depender de autorização direta de Toffoli.



