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A união das forças produtivas de Goiás pode superar a estagnação econômica

Maione Padeiro é presidente da ACIRLAG (Associação Comercial, Industrial e Empresarial da Região Leste de Aparecida de Goiânia)

Maione Padeiro é presidente da Associação Comercial, Industrial e Empresarial da Região Leste de Aparecida de Goiânia (ACIRLAG)

No passado não muito distante, havia uma oposição clara entre empresário e trabalhador, como se estivessem em lados opostos e fosse possível um sobreviver sem o outro. Os tempos mudaram e hoje, felizmente, essa mentalidade está cada vez menos presente nas mentes dos sindicalistas e líderes classistas. Quase todos perceberam que tanto o patrão quanto o empregado são parte de uma mesma relação econômica, que deve gerar benefícios para ambos.
Mais fundamental que defender os direitos trabalhistas, é ter a certeza de que haverá trabalho para o maior número possível de pessoas, dentro de uma relação marcada não pela exploração, mas pelo equilíbrio. Em tempos de crise econômica, beirando a recessão, o trabalhador é quem perde mais. Boa parte sequer tem acesso ao trabalho formal, daí o crescente índice de brasileiros entrando para a informalidade, desamparados em seus direitos elementares, como auxílio-doença, férias, seguro-desemprego.
Diante de ações governamentais que têm dado pouco resultado prático, como a flexibilização das Leis Trabalhistas, medida tomada ainda em 2017 no governo Michel Temer, e da incapacidade do atual governo federal em reaquecer a economia, o que vemos é um cenário desolador na maioria dos municípios do país. E Goiás não está imune a essa depressão econômica. Em maior ou menor grau, a recessão atinge a todos. Tem um efeito devastador sobre a economia. Sem emprego, o trabalhador não compra e, assim, sem vender, ocorre diminuição da produção, que leva a mais demissões.
Diante de um cenário desse, ações que busquem reverter o quadro de estagnação da economia são sempre positivas e merecem aplauso. A Associação Comercial, Industrial e Empresarial da Região Leste de Aparecida de Goiânia (Acirlag) foi criada nesse ambiente de crise econômica, o que levou a reações de incredulidade inicialmente. Mas a entidade se consolida justamente porque no seu DNA está a marca da superação, da busca pelo fortalecimento do setor produtivo de Aparecida de Goiânia.
Em nível estadual, vemos uma promissora ação, articulada pelo Fórum Empresarial Goiano, pela Associação Pró-Desenvolvimento Industrial do Estado de Goiás (Adial) e outras entidades, no sentido de unir as forças produtivas do estado, com efetiva participação dos representantes dos trabalhadores (sindicatos, federações) com um objetivo claro: garantir o desenvolvimento econômico sustentado, atrair investimentos e gerar novos empregos em Goiás.
O primeiro passo, após essa salutar união, é realizar um diagnóstico técnico e científico das deficiências e entraves que afetam a economia goiana. Saber o que nos atrapalha possibilitará definir estratégias para superar os obstáculos, que, muitas vezes, não necessitam de investimento financeiro direto, mas de ações coordenadas e direcionadas, como a criação de consórcios para garantir maior poder a quem, isoladamente, não possui poder de negociação.
Nesse contexto, a participação das instituições de ensino superior, com todo seu conhecimento especializado, é indispensável, assim como dos organismos governamentais e políticos, estaduais, municipais e mesmo federais. A dinâmica da economia não aceita restrições burocráticas, picuinhas e interesses particulares, exige soluções rápidas e compartilhadas.
Já sabemos qual primeiro passo deve ser dado. Agora, o desafio é definir como fazer, estabelecer quais medidas devem ser tomadas, para, enfim, executá-las. A Acirlag será sempre parceira de ações que levem ao fortalecimento da economia de Aparecida de Goiânia e do Estado de Goiás. Juntos, somos mais fortes.

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