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Irã mantém dúvidas sobre compromisso de Israel com cessar-fogo e alerta para nova resposta militar

Da Redação
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O cessar-fogo declarado entre Irã e Israel, que entrou em vigor na última terça-feira (23), ainda gera desconfiança por parte de Teerã. No último domingo (29), o chefe do Estado-Maior das Forças Armadas iranianas, Abdolrahim Mousavi, afirmou que o país mantém “sérias dúvidas” sobre a intenção de Israel em cumprir o acordo de pausa no conflito e sinalizou que o Irã está pronto para responder com força caso sofra novos ataques.
Em entrevista à televisão estatal iraniana, Mousavi destacou que “não iniciamos a guerra, mas respondemos ao agressor com todo o nosso poder”. Para ele, o ceticismo persiste, mesmo após o anúncio do cessar-fogo feito pelo então presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, na última segunda-feira (23). Segundo Mousavi, caso o Irã seja novamente atacado, o país estará preparado para reagir militarmente.
O cessar-fogo veio após doze dias de confrontos intensos entre Israel e Irã, marcados principalmente por ataques israelenses a três bases do programa nuclear iraniano. Trump anunciou que o objetivo de “obliterar” o programa atômico do Irã havia sido alcançado, afirmando que o país foi afastado da possibilidade de obter uma arma nuclear.
No entanto, relatórios do Departamento de Defesa dos Estados Unidos trazem uma visão menos otimista sobre os danos causados. Segundo um documento interno, o programa nuclear iraniano sofreu apenas um atraso estimado em seis meses. Além disso, parte do estoque de urânio enriquecido já teria sido deslocada para locais secretos antes dos bombardeios, o que teria preservado o material do ataque.
Essa revelação aumentou as incertezas sobre a real eficácia da operação militar e reforçou a posição do Irã, que permanece vigilante e preparado para possíveis novos confrontos.
O cessar-fogo também foi comemorado pelos dois lados como uma vitória, mas o clima de tensão ainda persiste no Oriente Médio. O anúncio da pausa temporária no conflito foi recebido com cautela por governos e analistas, que apontam a necessidade de negociações mais amplas para evitar uma escalada maior na região.

GED

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