Parte dos gestores públicos brasileiros que ficaram retidos em Israel após o início da ofensiva militar entre Israel e Irã conseguiu cruzar a fronteira e chegar à Jordânia com segurança nesta segunda-feira (16). Os representantes municipais participavam de uma feira de tecnologia e segurança no país do Oriente Médio quando os confrontos se intensificaram e o Aeroporto Internacional de Tel Aviv teve suas operações suspensas.
“Graças a Deus, deu tudo certo na viagem […] e já estamos aqui, na Jordânia, fazendo os procedimentos de visto”, declarou o tesoureiro da Confederação Nacional de Municípios (CNM), Nélio Aguiar, em vídeo divulgado logo após a chegada do grupo.
Entre os integrantes que conseguiram deixar o território israelense estão prefeitos, secretários e vereadores de diferentes estados brasileiros, como:
- Álvaro Damião (prefeito de Belo Horizonte);
- Márcio Lobato (secretário de Segurança Pública de BH);
- Welberth Porto (prefeito de Macaé – RJ);
- Johnny Maycon (prefeito de Nova Friburgo – RJ);
- Cícero de Lucena (prefeito de João Pessoa – PB);
- Janete Aparecida (vice-prefeita de Divinópolis – MG);
- Flávio Guimarães (vereador do Rio de Janeiro);
- Gilson Chagas (secretário de Segurança de Niterói – RJ);
- Francisco Vagner (secretário de Planejamento de Natal – RN);
- Davi de Matos (chefe-executivo do Civitas/RJ).
Segundo a CNM, este foi o primeiro grupo a conseguir sair de Israel desde o agravamento do conflito. O Ministério das Relações Exteriores de Israel informou, por meio de nota, que está atuando em parceria com a Embaixada do Brasil para garantir a retirada segura dos demais brasileiros que ainda permanecem no território.
O prefeito de João Pessoa, Cícero de Lucena, relatou em vídeo que o grupo foi recebido por representantes da embaixada brasileira na Jordânia. “Agora, vamos seguir para a Arábia Saudita, já que lá o espaço aéreo está aberto. Continuamos com bastante segurança e tranquilidade”, disse.
Conflito se intensifica
A presença dos gestores públicos em Israel coincidiu com a escalada do conflito envolvendo Israel, Irã e o grupo Hamas. Desde outubro de 2023, quando o Hamas realizou ataques em solo israelense, o governo de Benjamin Netanyahu respondeu com uma série de bombardeios na Faixa de Gaza, resultando em milhares de mortes, inclusive de civis.
Na semana passada, uma nova frente de guerra foi aberta após ataques israelenses contra instalações militares no Irã. Em resposta, o governo iraniano lançou mísseis que atingiram Tel Aviv e Jerusalém, ampliando ainda mais o cenário de tensão na região.
Diante dos recentes episódios, o governo brasileiro avalia medidas diplomáticas, incluindo a possibilidade de rever acordos militares com Israel.
