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Reality show nos EUA propõe cidadania como prêmio em competição entre imigrantes

Da Redação
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Nem o diretor Boninho pensaria nisso: o Departamento de Segurança Interna dos Estados Unidos (DHS) está analisando uma proposta incomum que mistura migração, televisão e competição. Batizado de “The American”, o projeto é um reality show no qual 12 imigrantes competiriam pela cidadania americana ao longo de uma jornada com desafios eliminatórios pelos Estados Unidos.
A ideia partiu de Rob Worsoff, produtor conhecido por realities como Duck Dynasty e The Millionaire Matchmaker — e também ele próprio um imigrante naturalizado. O projeto já havia sido apresentado sem sucesso aos governos Obama e Biden, mas voltou à mesa de discussões em meio a debates sobre políticas migratórias e engajamento público.
Segundo a proposta, os competidores começariam o programa em Ellis Island, ícone histórico da imigração americana, e cruzariam o país em um trem, enfrentando provas “essencialmente americanas”, como:
Minerar ouro em São Francisco,
Praticar logrolling (equilíbrio em troncos) em Wisconsin,
Montar um Ford Modelo T em Detroit.

As etapas também incluiriam provas culturais, votações do público e desafios eliminatórios, culminando em uma cerimônia de naturalização no Capitólio, em Washington. Atores naturalizados, como Sofía Vergara, Mila Kunis e Ryan Reynolds, estão sendo cogitados como apresentadores — embora, segundo fontes, Reynolds ainda não tenha sido contatado oficialmente.

Críticas

O projeto levanta uma questão delicada: até que ponto o processo de imigração pode ser transformado em entretenimento? Críticos apontam que a proposta pode banalizar um tema sensível, além de gerar constrangimentos éticos e legais.
Diante da repercussão, o DHS esclareceu que nenhum participante seria penalizado ou deportado por estar no programa, tentando evitar comparações com práticas desumanas ou punitivas.
Apesar de ainda não haver sinal verde oficial, “The American” reacende o debate sobre os limites entre política, cultura pop e o papel da mídia na construção da narrativa imigratória. Para uns, pode ser uma forma de atrair atenção para o tema. Para outros, uma espetacularização de histórias de vida que merecem respeito e dignidade.

GED

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