Estado de saúde de Bolsonaro é considerado estável após novo procedimento médico

Intervenção no nervo frênico foi realizada para controlar quadro de soluços persistentes; ex-presidente segue internado em Brasília
Por Ana Lucia
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Após nova intervenção médica realizada nesta segunda-feira, o estado de saúde do ex-presidente Jair Bolsonaro foi classificado como estável pela equipe que o acompanha em Brasília. O procedimento teve como objetivo controlar um quadro de soluços persistentes que não respondeu ao tratamento medicamentoso e vem causando impacto significativo no repouso e na recuperação clínica do paciente.
A intervenção, conhecida como bloqueio do nervo frênico, foi realizada no lado esquerdo e durou cerca de uma hora. No último sábado, dia 27, Bolsonaro já havia sido submetido ao mesmo procedimento no lado direito, dentro de uma estratégia médica dividida em etapas para reduzir riscos respiratórios. Segundo os médicos, não é recomendado realizar o bloqueio bilateral de forma simultânea.
De acordo com a equipe, o lado direito do nervo também passou por uma complementação durante o procedimento desta segunda-feira, conforme planejamento clínico previamente definido. Após a intervenção, o ex-presidente permaneceu em observação por cerca de uma hora e, em seguida, foi encaminhado ao quarto.
Os médicos informaram que, por precaução, Bolsonaro deverá permanecer internado por pelo menos mais 48 horas para avaliação dos resultados e monitoramento de possíveis intercorrências. A expectativa é que ele passe o Ano Novo no hospital, com previsão de alta apenas a partir do dia 1º de janeiro, caso não haja complicações.
Internado desde a última quarta-feira no hospital DF Star, Bolsonaro havia dado entrada inicialmente para a realização de uma cirurgia de hérnia inguinal. Durante a internação, exames adicionais identificaram apneia do sono em grau severo, com cerca de 50 episódios de interrupção respiratória por hora, o que levou à realização de um exame de polissonografia e à adoção de medidas complementares no tratamento.
Segundo os médicos, o bloqueio do nervo frênico é indicado apenas em casos específicos de soluços persistentes, quando há falha no tratamento convencional e impacto clínico relevante. O procedimento é feito com anestesia local e guiado por ultrassom, interrompendo temporariamente os estímulos do nervo responsável pela contração do diafragma.
A equipe também esclareceu que não há relação direta entre a hérnia inguinal operada recentemente e o quadro de soluços. A hipótese é de que os episódios possam estar associados a refluxo gastroesofágico ou à presença de hérnia de hiato, condição distinta e que afeta outra região do organismo.
Enquanto permanece internado, o ex-presidente seguirá sob cuidados clínicos gerais, com acompanhamento fisioterápico, medidas de prevenção de trombose e avaliação contínua da resposta ao procedimento.



