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Ceia mais barata e presentes mais caros marcam o Natal dos brasileiros em 2025

Inflação mais controlada nos alimentos típicos das festas ajuda no orçamento, mas gastos com presentes devem pressionar as famílias neste fim de ano

Entre listas de compras, calculadoras ligadas e o alívio do 13º salário na conta, os últimos dias que antecedem o Natal seguem como um dos períodos mais intensos para o orçamento das famílias brasileiras. Em 2025, o cenário traz um misto de alívio e atenção: enquanto a ceia natalina ficou mais barata, os presentes devem pesar um pouco mais no bolso.

Levantamentos recentes apontam que a inflação dos alimentos tradicionalmente consumidos no Natal praticamente ficou estável no acumulado de 12 meses até novembro, com variação próxima de zero. O índice representa uma desaceleração significativa em relação ao ano anterior, quando esses mesmos itens registraram alta superior a 4%. Na prática, isso significa que montar a mesa da ceia ficou mais acessível para grande parte dos consumidores.

A cesta de produtos típicos das festas apresentou redução média de 1,44%, resultado influenciado principalmente pela queda expressiva de itens que haviam sido vilões do orçamento em 2024. Produtos básicos como batata, arroz e azeite registraram recuos relevantes nos preços, contribuindo para um custo final mais equilibrado na preparação das refeições de fim de ano.

Por outro lado, nem todos os itens seguiram essa tendência de queda. As proteínas, tradicionalmente protagonistas da ceia, apresentaram aumento de preços ao longo do último ano. Carnes bovinas, pernil, lombo suíno e frango ficaram mais caros, refletindo custos de produção, demanda interna aquecida e ajustes no mercado. O maior impacto foi sentido no preço do bacalhau, que acumulou alta significativa, influenciado pela variação cambial e por fatores ligados à oferta internacional.

Se a mesa de Natal traz algum alívio, o mesmo não pode ser dito sobre os presentes. Os preços dos produtos mais procurados nesta época do ano apresentaram elevação em relação ao Natal anterior. A alta média gira em torno de 1,4%, com destaque para o vestuário masculino, que puxou o índice para cima. Esse movimento reforça a necessidade de planejamento por parte dos consumidores, especialmente em famílias maiores.

Mesmo com esse cenário de custos ajustados, a expectativa do setor varejista é positiva. O comércio brasileiro projeta uma movimentação financeira de aproximadamente R$ 72 bilhões neste Natal, valor ligeiramente superior ao registrado no ano passado. A estimativa reflete tanto o aumento moderado nos preços quanto a manutenção do consumo, impulsionada por renda extra, parcelamentos e promoções de fim de ano.

Especialistas avaliam que o comportamento do consumidor em 2025 deve ser marcado por escolhas mais estratégicas, priorizando itens essenciais na ceia e presentes mais planejados, sem comprometer excessivamente o orçamento. A combinação entre inflação mais controlada nos alimentos e um mercado aquecido, ainda que cauteloso, desenha um Natal de equilíbrio, no qual gastar bem passa a ser tão importante quanto gastar menos.

GED

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