Hidrolândia

Hidrolândia se consolida como maior polo logístico de Goiás e vive expansão inédita impulsionada por gigantes do e-commerce

Cidade reúne mais de 15 centros de distribuição, atrai milhares de trabalhadores e movimenta economia; avanço acelerado também pressiona infraestrutura viária da BR-153

Hidrolândia, a 26 quilômetros de Goiânia, assumiu de vez o protagonismo logístico de Goiás. Reconhecido pela Lei Estadual nº 22.315/2023 como Capital Goiana da Logística e da Jabuticaba, o município transformou sua economia com a chegada de operações de e-commerce, varejo e distribuição farmacêutica. Hoje, abriga mais de 15 centros de distribuição, entre eles Amazon, Shopee, Magalu, Via Varejo, Pague Menos, Drogarias Pacheco, Petlove, Petz, Martins, UniFort, BramarLog, Rech e TIM Transportes.

O salto está diretamente ligado à BR-153, que corta o município e conecta a região ao Sudeste e ao Centro-Sul do país. A localização estratégica, aliada à disponibilidade de grandes áreas e à agilidade no licenciamento ambiental e sanitário — feito diretamente pela prefeitura — formou a combinação que atraiu gigantes do setor.

Segundo o prefeito José Délio, o município reúne atributos que cidades vizinhas já não conseguem oferecer. “Somos a primeira cidade ao sul da BR-153 após Goiânia e Aparecida. Temos quase mil quilômetros quadrados e espaço para centros de distribuição de grande porte. Isso acelera processos, atrai investimento e gera empregos.”

Impacto econômico direto

A chegada das empresas mudou a rotina da cidade. Motorista por aplicativo, Marília Vieira resume o impacto: “O movimento aumentou para todo mundo. Melhoraram as viagens, as entregas, o giro financeiro.”

Adriene, encarregada em uma das operações da Shopee, reforça o efeito social. “O polo mudou a vida de muita gente. É salário bom, escala boa e oportunidade real de crescer. Nunca vi tantas vagas como agora.”

O setor farmacêutico tornou o polo ainda mais robusto. Hidrolândia abriga o maior centro de distribuição farmacêutica da América Latina, consolidando um ambiente multissetorial que inclui varejo, e-commerce e logística pesada.

Efeito dominó: mais empresas, mais serviços, mais cidade

A prefeitura já desenvolve um novo polo industrial municipal, com dezenas de empresas em implantação. Investimentos em infraestrutura acompanham — na medida do possível — o crescimento acelerado.

“O potencial logístico está consolidado. Os grandes players já estão aqui, e muitos outros estão chegando”, disse o prefeito.

Desafios de quem vive o crescimento

Nem tudo são ganhos. O aumento repentino do fluxo de trabalhadores expôs falhas antigas da BR-153 no trecho que corta a cidade. “As pessoas atravessam a rodovia a pé sem nenhuma estrutura. Já tivemos mortes. Falta passarela, sinalização, segurança”, alerta a publicitária Flávia Veríssimo.

Segundo ela, o problema não vem apenas das gigantes do varejo: “Chegam também transportadoras, construtoras de galpões, empresas de caminhão. Gera emprego, mas aumenta muito a demanda por infraestrutura.”

Um ponto de virada

Hidrolândia vive uma mudança histórica. De um lado, um ciclo econômico que gera renda, emprego e reposiciona o município no mapa logístico do Brasil. Do outro, a urgência por infraestrutura que garanta segurança e qualidade de vida aos trabalhadores — a base humana que sustenta o crescimento.

Com potencial ainda maior para os próximos anos, a cidade enfrenta agora seu principal desafio: continuar atraindo empresas sem perder de vista quem faz o polo logístico funcionar.

GED

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