Aparecida discute adoção de tecnologia inovadora para reduzir transmissão da dengue
Reunião técnica reúne especialistas da Fiocruz, SES e municípios parceiros para alinhar implantação do Projeto Wolbachia em 25 bairros da cidade
Com foco no enfrentamento das arboviroses e na modernização das estratégias de vigilância, Aparecida abre nesta quarta, dia 10, um novo capítulo no controle do Aedes aegypti. A Secretaria Municipal de Saúde conduz, às 9h, uma reunião técnica que reunirá equipes de Trindade e Anápolis, representantes da Secretaria de Estado da Saúde, pesquisadores da Fiocruz e profissionais da Wolbito Brasil para detalhar a implantação do Projeto Wolbachia, método reconhecido internacionalmente por reduzir a transmissão de dengue, Zika, chikungunya e febre amarela.
A iniciativa integra uma parceria entre município, SES, Ministério da Saúde e Fiocruz e abrangerá 25 bairros de Aparecida, beneficiando cerca de 295 mil moradores. Segundo o superintendente de Vigilância em Saúde, Iron Pereira, o planejamento técnico envolve desde a distribuição das áreas-alvo até a definição das equipes de monitoramento, garantindo que a metodologia seja aplicada de forma gradual e acompanhada em tempo real.
O projeto baseia-se na introdução da bactéria Wolbachia em mosquitos Aedes aegypti criados em laboratório. Naturalmente presente em 60% das espécies de insetos, a bactéria impede o desenvolvimento dos vírus dentro do organismo do mosquito, reduzindo sua capacidade de transmitir doenças. Quando liberados no ambiente, os mosquitos com Wolbachia cruzam com a população já existente, espalhando a característica de forma permanente e segura.
Os insetos utilizados nesse processo, conhecidos como Wolbitos, não são transgênicos, não oferecem riscos a humanos ou a outros animais e são recomendados pela Organização Mundial da Saúde. Experiências anteriores reforçam a eficácia: em Niterói, cidade pioneira, houve queda de 88% nos casos de dengue após a implantação do método, resultado que também se repetiu em Curitiba.
A Superintendência de Vigilância em Saúde será responsável pela coordenação local, articulando equipes e parceiros para que Aparecida avance no uso de tecnologia inovadora e baseada em evidências. A expectativa é de que o método reduza significativamente a circulação do Aedes aegypti nas áreas contempladas, ampliando a proteção à população em períodos de maior risco epidemiológico.



