Depósito clandestino com “emagrecedores injetáveis” é descoberto perto de delegacia em Aparecida
Estudante de enfermagem é presa ao vender produtos sem registro e com risco à saúde
A movimentação discreta na Rua 18-C, no Setor Garavelo, acabou chamando atenção das equipes em campana, que monitoravam denúncias de comércio ilegal de medicamentos. A poucos metros da própria Central de Flagrantes de Aparecida, o esquema clandestino funcionava com naturalidade até que a suspeita, uma estudante de enfermagem, foi abordada ao sair de casa carregando caixas e seringas. O flagrante confirmou a venda de substâncias falsificadas e sem registro na Anvisa, entre elas produtos anunciados como tirzepatida, comercializados com nomes como “Lipoless”, “T.G.” e “Tirzec”.
A investigação havia começado dias antes, após denúncia anônima enviada via WhatsApp. Quando os policiais entraram no imóvel, encontraram um verdadeiro depósito improvisado com cerca de R$ 60 mil em mercadorias ilegais. As caixas estavam distribuídas por geladeira doméstica e embalagens comuns, sem qualquer controle sanitário. Entre os materiais apreendidos estavam frascos de Lipoless em diversas dosagens, ampolas fracionadas, seringas avulsas e até kits completos para aplicação, todos sem procedência e sem nota fiscal.
Os produtos, amplamente divulgados em redes sociais como “emagrecedores injetáveis”, representam grave risco à saúde, podendo causar infecções, reações sistêmicas severas e até morte. Alguns deles simulam a tirzepatida, medicamento de uso restrito e que só pode ser comercializado com autorização sanitária e controle médico rigoroso. A proximidade do ponto de venda com a delegacia chamou atenção dos investigadores, reforçando a ousadia da operação.
A mulher foi conduzida à Central de Flagrantes e autuada por crime previsto no artigo 273 do Código Penal, que trata da venda e distribuição de medicamentos sem registro oficial. O caso segue em investigação para identificar possíveis fornecedores e o alcance da rede clandestina.



