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Correios aprovam plano de reestruturação e projetam voltar ao lucro em 2027

Os Correios anunciaram, nesta quinta-feira (21), a aprovação de seu novo Plano de Reestruturação, um pacote de medidas considerado decisivo para recuperar a saúde financeira da estatal e reposicionar a empresa no mercado. O modelo passou por avaliação das instâncias internas de governança e foi confirmado na quarta-feira (19).

Segundo a direção da estatal, a primeira etapa do processo será garantir liquidez imediata. Para isso, os Correios devem concluir, até o fim de novembro, uma operação de crédito de até R$ 20 bilhões, valor tratado como essencial para sustentar a fase inicial da transição estrutural. O diagnóstico que embasa o plano aponta queda contínua de receitas, aumento de custos operacionais e forte necessidade de modernização do modelo de negócios.

Três fases de transformação

A reestruturação foi organizada em três etapas: recuperação financeiraconsolidação e crescimento. Entre as ações previstas estão:

  • Programa de Demissão Voluntária;
  • Revisão do plano de saúde dos empregados;
  • Regularização completa dos pagamentos a fornecedores;
  • Modernização operacional e tecnológica;
  • Preservação da liquidez ao longo de 2026.

A estatal também planeja monetizar ativos, incluindo a venda de imóveis com potencial de arrecadação estimado em R$ 1,5 bilhão. Outro ponto é a otimização da rede física, com possibilidade de redução de até mil unidades deficitárias.

Foco em e-commerce e novos negócios

Para aumentar competitividade, os Correios afirmam que irão ampliar parcerias estratégicas, reforçar a presença no comércio eletrônico e avaliar fusões, aquisições e reorganizações societárias. A meta é reduzir o déficit já em 2026 e retomar o lucro no ano seguinte.

Universalização segue como compromisso

Apesar das mudanças, a empresa reforça que a universalização do serviço postal permanece como obrigação inegociável. No primeiro semestre de 2025, o custo para manter o atendimento em todo o país alcançou R$ 5,4 bilhões, com déficit líquido de R$ 4,5 bilhões. Mesmo assim, os Correios afirmam ser o único operador capaz de atender todos os municípios brasileiros, inclusive áreas remotas.

A estatal ressalta que sua capilaridade logística permite executar operações nacionais de grande impacto, como a entrega de livros didáticos, o transporte das provas do Enem, o envio de urnas eletrônicas e ações emergenciais — como nas enchentes no Rio Grande do Sul em 2024 e no tornado no Paraná neste mês.

GED

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