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Trump autoriza operações secretas da CIA na Venezuela e aumenta tensão com o regime de Maduro

Bombardeiros dos EUA sobrevoam o Caribe e especialistas alertam para risco de ataque iminente contra o governo venezuelano.

Por Ana Lucia
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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, confirmou nesta quarta-feira (15) ter autorizado operações secretas da CIA na Venezuela, ampliando o confronto político e militar com o governo de Nicolás Maduro. A medida reacende temores de uma possível intervenção norte-americana no país vizinho, que abriga as maiores reservas de petróleo do mundo.

As tensões entre Washington e Caracas cresceram nas últimas semanas, após o envio de navios e aeronaves militares dos Estados Unidos para o sul do Caribe. De acordo com Trump, as ações têm como objetivo combater o tráfico de drogas e proteger a segurança nacional.

Fontes do Departamento de Defesa confirmaram que pelo menos oito navios, um submarino nuclear e centenas de militares estão posicionados próximos à costa venezuelana. A Casa Branca acusa Maduro de liderar o “Cartel de los Soles”, grupo classificado como organização narcoterrorista — acusação negada pelo governo venezuelano.

Trump declarou que as ações da CIA visam impedir a entrada de drogas e criminosos nos Estados Unidos.

“Cada barco que destruímos salva 25 mil vidas de americanos. Agora estamos olhando para a terra”, disse o presidente americano em entrevista na Casa Branca.

Logo após o anúncio, bombardeiros B-52 sobrevoaram uma região próxima ao espaço aéreo venezuelano, em uma manobra considerada provocação militar por analistas. O modelo é capaz de realizar ataques nucleares e missões de longo alcance, reforçando a escalada de poder na região.


Maduro reage e acusa os EUA de golpe

Em pronunciamento televisionado, o presidente Nicolás Maduro classificou as ações como “golpe de Estado da CIA” e disse que a Venezuela está pronta para resistir a qualquer tentativa de invasão.

“Chega de golpe da CIA. Não à mudança de regime que levou destruição ao Afeganistão, Iraque e Líbia”, afirmou.

O Ministério das Relações Exteriores da Venezuela divulgou nota em que chama as declarações de Trump de “belicistas e extravagantes” e acusa os EUA de tentar apropriar-se dos recursos petrolíferos venezuelanos.


Risco de conflito

De acordo com o cientista político Maurício Santoro, especialista em relações internacionais, os recentes movimentos norte-americanos indicam que os EUA podem estar preparando uma grande operação militar na América do Sul.

“Estamos na iminência de um ataque de larga escala. Se acontecer, será a primeira vez que os Estados Unidos atacam militarmente um país sul-americano”, avaliou o pesquisador.

Santoro lembra ainda que o aumento da presença militar no Caribe e a autorização dada à CIA são sinais de que Washington não busca negociação, mas imposição de força.

Operações no Caribe

Desde setembro, os EUA vêm bombardeando embarcações que, segundo o governo americano, estariam envolvidas no transporte de drogas. O ataque mais recente ocorreu na terça-feira (14), deixando seis mortos. A Venezuela contesta a versão e afirma que as vítimas eram pescadores locais.

Organizações internacionais, como a Human Rights Watch, condenaram as ações, classificando-as como execuções extrajudiciais ilegais. O tema já está sendo debatido no Conselho de Segurança da ONU.


Contexto

A crise entre os dois países se agravou desde que Washington impôs sanções econômicas à Venezuela e deixou de reconhecer o governo Maduro como legítimo. Especialistas apontam que o petróleo e as reservas minerais venezuelanas continuam sendo um dos principais pontos de interesse dos EUA na região.

GED

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