Operação Agrofraude desarticula esquema milionário de golpes com grãos em Goiás
Por Ana Lucia
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Uma complexa rede de estelionato digital foi desarticulada neste dia (8) durante nova fase da Operação Agrofraude, conduzida pelo Grupo Especial de Investigações Criminais (Geic) de Rio Verde, vinculado à 8ª Delegacia Regional de Polícia (DRP). A ação, que teve apoio de diversas unidades da Polícia Civil em todo o país, mirou uma associação criminosa especializada em fraudes eletrônicas na comercialização de grãos, especialmente milho.
As investigações começaram no último dia 2, após o aumento de denúncias de produtores rurais vítimas do chamado “golpe do falso intermediário”, prática que se espalhou pelo mercado agrícola. O método consistia em criminosos que se passavam por compradores legítimos junto a corretores de grãos, obtendo informações reais de fazendas — como fotos, vídeos e dados sobre a qualidade dos produtos. Depois, fingiam ser vendedores, aplicando golpes milionários em verdadeiros compradores.
Segundo a Polícia Civil, mais de dez produtores já foram lesados apenas em Rio Verde (GO), com prejuízo estimado em R$ 1 milhão. As investigações apontaram que 41 pessoas faziam parte do esquema, movimentando mais de R$ 120 milhões em cinco anos de atuação. A renda declarada dos envolvidos, contudo, não condizia com os altos valores identificados nas contas bancárias.
Durante a operação, foram cumpridos 41 mandados de prisão temporária e 46 de busca e apreensão, além de medidas de bloqueio de contas e sequestro de bens. A ação ocorreu de forma simultânea em dez estados brasileiros, entre eles Mato Grosso, Paraná, São Paulo, Rio Grande do Sul, Amazonas e Acre, com apoio das delegacias locais.
Os investigados responderão por estelionato qualificado pela fraude eletrônica (art. 171, §2º-A), associação criminosa (art. 288) e lavagem de dinheiro, conforme a Lei 9.613/98.
A Polícia Civil segue com a análise de dados financeiros e telemáticos para identificar eventuais ramificações do grupo e recuperar valores desviados.
