Por Ana Lucia
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A negociação para a transformação do Vila Nova em SAF ganhou um novo capítulo nesta quinta-feira. A Reag Investimentos, gestora responsável pela estruturação da proposta apresentada ao clube, foi alvo de uma megaoperação da Polícia Federal e da Receita Federal. A investigação apura irregularidades financeiras e fiscais em diferentes fundos administrados pela empresa.
Diante da repercussão, a diretoria colorada exigiu a imediata substituição da gestora como condição para dar continuidade às tratativas. “O Vila Nova exigiu de imediato a substituição do atual gestor (Reag Investimentos) como condição para a continuidade das negociações. Atendendo a essa solicitação, o investidor (Rafatella) já anunciou oficialmente que promoverá a troca da gestora, reforçando seu compromisso com padrões de governança e transparência”, destacou o clube em nota oficial.
A Rafatella, empresa ligada ao grupo de investidores que de fato pretende aportar os recursos no clube, também se manifestou. Em comunicado, a companhia afirmou ter recebido com “espanto” a notícia da operação contra a Reag e confirmou que irá contratar outra gestora para conduzir o fundo interessado na aquisição da SAF.
“Reiteramos que a Rafatella zela pela ética, legalidade e transparência em todas as suas relações, não compactuando com quaisquer práticas que se desviem desses princípios. Os investidores permanecem alinhados e empenhados em assegurar que o projeto avance com a solidez e a credibilidade que o clube e sua torcida merecem”, afirmou a empresa.
Entenda a proposta recebida pelo Vila Nova
O Vila Nova recebeu uma oferta de mais de R$ 500 milhões, a serem aportados em até 13 anos, para a compra de 90% do capital da SAF. O valor inclui:
Pagamento das dívidas do clube, hoje estimadas em cerca de R$ 150 milhões;
Investimentos em infraestrutura, como modernização e ampliação do estádio Onésio Brasileiro Alvarenga (OBA);
Fomento às categorias de base e ao elenco profissional.
De acordo com Décio Caetano, presidente do Conselho Deliberativo, a proposta é considerada positiva, mas ainda depende de análises criteriosas:
“Temos ainda algumas coisas para serem esclarecidas e entendidas na proposta. Mas é uma boa proposta. Isso mostra que o Vila Nova está se organizando e está estruturado. Vamos analisar com muito critério e cuidado.”
O dirigente reforçou que o patrimônio físico do clube, como o OBA e o Centro de Treinamentos, não fará parte da negociação. A associação seguirá como dona desses bens, que apenas seriam cedidos para uso e exploração da SAF.A oferta tem validade até 30 de setembro e, se aprovada pelo Conselho Deliberativo, novas auditorias serão feitas. O prazo estimado para conclusão da aquisição é de até 120 dias.
