Inflação recua, mas segue acima da meta do BC

Por Ana Lucia
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A previsão do mercado financeiro para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerado a inflação oficial do país, caiu pela 13ª vez consecutiva. A estimativa passou de 4,95% para 4,86% em 2025, segundo o Boletim Focus divulgado nesta segunda-feira (25) pelo Banco Central (BC).
Apesar da redução, a projeção ainda está acima do teto da meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), que definiu objetivo central de 3%, com intervalo de tolerância entre 1,5% e 4,5%. Ou seja, mesmo com a trajetória de queda, a expectativa segue fora do limite superior.
Para os anos seguintes, as projeções também recuaram. A inflação estimada para 2026 caiu de 4,4% para 4,33%. Já para 2027 e 2028, as previsões ficaram em 3,97% e 3,8%, respectivamente.
O IPCA de julho, divulgado pelo IBGE, ficou em 0,26%, pressionado pelo aumento da conta de energia elétrica. Por outro lado, a queda nos preços dos alimentos ajudou a segurar o índice. No acumulado de 12 meses, a inflação atingiu 5,23%, acima do teto da meta.
O Banco Central utiliza a taxa básica de juros, a Selic, como principal instrumento para controlar a inflação. Atualmente em 15% ao ano, a taxa foi mantida na última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), após sete altas consecutivas.
Em comunicado, o Copom afirmou que o cenário internacional, em especial a política comercial dos Estados Unidos, aumenta a incerteza em relação à trajetória de preços. Embora tenha interrompido o ciclo de alta, o BC não descartou a possibilidade de elevar novamente os juros, caso necessário.
A expectativa do mercado é que a Selic encerre 2025 em 15%. Para 2026, a projeção é de queda para 12,5%, e para 2027 e 2028, novas reduções para 10,5% e 10%, respectivamente.
O Boletim Focus também revisou a projeção de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB). A estimativa para este ano recuou de 2,21% para 2,18%. Para 2026, a previsão é de avanço de 1,86%, e para 2027 e 2028, crescimento de 1,87% e 2%, respectivamente.
Em 2024, o PIB brasileiro cresceu 3,4%, puxado pelo desempenho da agropecuária. Foi o quarto ano seguido de alta.
Já a cotação do dólar deve encerrar 2025 em R$ 5,59, com expectativa de R$ 5,64 no fim de 2026.