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Pão fica mais caro, mas gás e energia pesam mais que trigo

De acordo com a pesquisa, o pãozinho de cada dia é um dos itens que mais sentem o peso do aumento das contas de energia – assim que sai do forno, 31% do preço final do pão é a energia e o gás usados em todo o processo de produção. Também aponta que 14,24% do preço final do produto vem do trigo, mesmo com as altas do grão ainda mais tensionado com a guerra na Ucrânia, um dos principais exportadores.

Já a energia e o gás são responsáveis por 31% do custo nos últimos 2 meses. O pãozinho de cada dia é um dos itens que mais sentem o peso do aumento das contas de energia – assim que sai do forno, 31% do preço final do pão é a energia e o gás usados em todo o processo de produção. Um repasse inevitável a cada alta do insumo. O leite sente um impacto ainda maior – 31,3% do preço final é energia. Manteiga, queijo e iogurte, 26,2%.

País não é autossuficiente na produção de trigo, aponta especialista 

O país não é autossuficiente no trigo e depende do produto importado para atender a demanda, de acordo com o coordenador institucional do Instituto para o Fortalecimento da Agropecuária de Goiás (Ifag), Leonardo Machado.

“Principalmente importações vindas do Mercosul, na Argentina, que fornece trigo para o Brasil. Mesmo assim, esse trigo importado vem no preço de uma commodity precificada internacionalmente. Qualquer problema de fornecimento causa elevação dos preços. Chamo atenção para Rússia e Ucrânia, principais exportadores de trigo. Como estão em conflito, o valor subiu bastante”, avalia.

Além disso, ele cita a alta cambial do dólar que encarece o produto importado. Isto faz com que o preço do trigo aumente. “Não há previsão de mudança porque o conflito ainda está ocorrendo na Ucrânia e os países não têm conseguido fazer as exportações, tudo isso tem dificultado”, finaliza.

Dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) apontam que a produção goiana de trigo deve crescer 35,7% em 2022 e chegar a 175,5 mil toneladas. As informações constam na edição de junho do Agro em Dados, boletim mensal da Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa).

O documento deste mês apresenta também análises e números sobre bovinos, suínos, frangos, lácteos, soja e milho. O milho, por exemplo, teve, de janeiro a abril, aumento de 74,1% (em valor) nas exportações goianas em comparação com o mesmo período do ano passado.

“Com estimativa de bater recorde na produção de grãos e de alcançar o terceiro melhor resultado nacional em produtividade, o agronegócio goiano se mostra cada vez mais forte”, avalia o secretário estadual de Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Tiago Mendonça.

Além disso, o levantamento traz um capítulo especial sobre as Centrais de Abastecimento de Goiás (Ceasa). O entreposto registrou R$ 1,1 bilhão em negócios no primeiro quadrimestre de 2022, alta de 26,7% em relação aos quatro primeiros meses de 2021. Os principais produtos comercializados foram aves e ovos, hortaliças e frutas.

GED

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