12º Congresso Brasileiro do Algodão: Bayer foca na biotecnologia
A Bayer consolidou a liderança de mercado, conquistando a preferência dos cotonicultores com variedades de algodão contendo a tecnologia Bollgard 2 RR Flex. Atualmente, ela representa quase 25% da área de algodão cultivada no Brasil
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Produção, produtividade e lucros têm de caminhar juntos. E, a cada safra, a atenção do cotonicultor deve se voltar a todas as variáveis – das condições de clima à escolha da melhor semente –, uma forma de evitar recorrentes prejuízos na lavoura. Sim, com a cotonicultura não é diferente. Ano a ano, pragas teimam em resistir causando inevitáveis prejuízos. E a biotecnologia hoje é a aliada do cotonicultor, possibilitando, dentre outros benefícios, a redução do número de aplicações de inseticidas.
“Exatamente, com a biotecnologia reduzimos o número de aplicações de inseticidas, garantindo mais efetividade, já que a planta fica resistente à praga. E, por consequência, o produtor gasta menos com inseticidas, o que resulta em lucro na lavoura”, explica o presidente da divisão agrícola da Bayer no Brasil, Gerhard Bohne, que conversou com jornalistas na manhã desta terça, 27, durante o 12º Congresso Brasileiro do Algodão.
Ele explica que uma das doenças que mais afeta as lavouras de algodão no Brasil é a ramulária, presente em todo o Cerrado brasileiro. “Dependendo da região, há predominância de uma doença. Mas, no caso da ramulária, está presente no Cerrado inteiro, podendo causar grandes prejuízos”, destaca Bohne, ao lembrar que no portfólio da marca o Fox Xpro é um dos destaques. Já o bicudo do algodoeiro está mais presente nas lavouras da Bahia.
“A biotecnologia protege a planta. A lagarta não se aproxima para atacar a maçã do algodoeiro. E o defensivo controla a praga”, diz Bohne, ao destacar os esforços da companhia em aperfeiçoar as pesquisas no campo da biotecnologia, já que ano a ano a Bayer busca ampliar seu portfólio voltado à cotonicultura em uma região tropical. “Afirmamos, com tranquilidade, que somos uma empresa com condições únicas para apoiar o cotonicultor com soluções em todos os momentos da safra, o que nos estimula a continuar investindo em pesquisa, desenvolvimento e inovação.”
Tanto que há expectativa de novos lançamentos em biotecnologia para a cultura. Hoje, a Bayer consolidou a liderança de mercado, conquistando a preferência dos cotonicultores com variedades de algodão contendo a tecnologia Bollgard 2 RR Flex. Atualmente, ela representa quase 25% da área de algodão cultivada no Brasil. “E há planos em estágio avançado para o lançamento das próximas gerações. É o caso da tecnologia Bollgard 3 RR Flex”, diz Bohne.
O pesquisador explica que a tecnologia é parte da estratégia da companhia para o manejo de insetos na cultura e vai possibilitar ao cotonicultor ampla proteção contra os danos causados pelas principais lagartas da cultura, como a falsa medideira, curuquerê, lagarta rosada e lagarta da maçã, além de incrementar a proteção contra espécies de lagartas dos complexos Spodoptera e Helicoverpa.
Os estudos da Bayer voltados à cotonicultura se desenvolvem em um promissor terreno, já que o Brasil conquistou o posto de segundo maior exportador mundial de algodão, a crer nos dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Para alcançar tal colocação no ranking mundial, houve muito investimento na cadeia cotonicultora em biotecnologia e inovações. Um dos estados produtores, Goiás ocupa a posição de terceiro maior produtor de algodão do País. No demonstrativo da Conab, o estado produziu, nesta safra, 71 mil toneladas da pluma, ficando atrás do Mato Grosso e Bahia, que lideram a produção nacional.
Goiás tem uma área plantada de 42 mil hectares, um aumento de 30% em relação à safra passada, segundo estimativa da Associação Goiana dos Produtores (Agopa). A produção concentra-se principalmente no Sudoeste goiano, na região dos chapadões e no Entorno do Distrito Federal.
Em tal contexto, a Bayer traz para o Congresso seu portfólio de soluções, do pré-plantio à pós-colheita. Produtos para a proteção de cultivos, ferramentas de agricultura digital, biotecnologias que protegem a lavoura contra as principais pragas do algodoeiro e toda uma rede que oferece serviços agronômicos e de gestão para apoiar os agricultores a serem mais eficientes em suas atividades.
Destaque para dois novos produtos de proteção de cultivos para o controle do bicudo do algodoeiro e da ramulária. Para o bicudo, o inseticida Curbix com ação no controle tanto por ingestão quanto pelo contato. “Seu uso é indicado para programas de manejo de resistência a inseticidas. É possível, assim, reduzir a pressão de seleção de insetos menos sensíveis aos defensivos e manter altos níveis de controle da praga”, explica o líder de estratégia de negócio algodão para a América Latina, Eduardo Mazzieri.
Para o manejo da ramulária – uma doença fúngica –, a Bayer oferece com exclusividade o Fox Xpro, fungicida que chega para facilitar o manejo da doença com três ingredientes ativos, incluindo o Bixafem, nova carboxamida exclusiva da empresa. O produto atua, por meio de ação tríplice, nas diferentes fases do ciclo de vida do fungo, além de auxiliar o manejo da resistência.
Digital
A Bayer também trouxe para o Congresso a ferramenta de gerenciamento de dados e informações Climate FieldView, que registra sua primeira safra na cotonicultura brasileira. A missão da Climate – braço de agricultura digital da Bayer – é ajudar os agricultores a aumentar, de forma sustentável, a produtividade por meio do uso de ferramentas digitais.
“Tendo em mãos todas as informações agronômicas, o cotonicultor tem a possibilidade de entender os fatores que impactam a produtividade e, com isso, tomar melhores decisões para as próximas safras”, diz o gerente de Marketing da Climate para a América Latina, Fabiano Oliveira.
Ele explica que até mesmo durante a safra é possível corrigir eventuais problemas que sejam identificados por meio das informações das operações de plantio, pulverização e dos mapas do Diagnóstico FieldView. “A cultura do algodão é de alto valor agregado, muito técnica e o FieldView é uma ferramenta que tem ajudado muito os cotonicultores na garantia da qualidade das operações de pulverização”, diz Oliveira.
Demandas
Goiânia como sede do 12º Congresso Brasileiro do Algodão simboliza a aproximação da teoria e da prática, já que as discussões terão lugar no seio da produção da fibra. O evento é realizado pela Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), com apoio da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e do Instituto Brasileiro do Algodão (IBA), no Centro de Convenções de Goiânia, até quinta, 29.
O congresso é um dos maiores eventos da cotonicultura brasileira e será uma oportunidade para produtores goianos e de outras regiões do País debaterem as principais demandas do setor e se atualizarem sobre as inovações voltadas para a produção da pluma. Para esta edição, já estão inscritos mais de 2 mil participantes dos mais diversos elos da cadeia produtiva, além de delegações de outros 22 países produtores interessados em aprender com a experiência brasileira.
Esta edição tem como tema Inovação e rentabilidade na cotonicultura, com uma ampla programação de minicursos, mesas-redondas e plenárias.
Embrapa
Sete unidades da Embrapa estarão presentes no congresso, com o objetivo de apresentar as novidades da pesquisa focadas para aumentar a sustentabilidade do setor, assim como prospectar novas demandas de pesquisa junto aos principais atores dessa importante cadeia produtiva do agronegócio nacional e potenciais parceiros para o desenvolvimento de tecnologias, visando disponibilizá-las no mercado.
Além Embrapa Algodão (Campina Grande, PB), também levarão tecnologias para a feira a Embrapa Territorial (Campinas, SP), a Cerrados (Brasília, DF), Meio Ambiente (Jaguariúna, SP), Milho e Sorgo (Sete Lagoas, MG), Agropecuária Oeste e Instrumentação (São Carlos, SP).
Um dos destaques da Embrapa no congresso será apresentação dos resultados da Rede de Pesquisa da Ramulária, que reúne empresas multinacionais e instituições de pesquisa com o objetivo de testar a eficiência de fungicidas contra a principal doença do algodoeiro nas principais regiões produtoras do País.
“Vamos apresentar a performance dos principais fungicidas utilizados no controle da mancha de ramulária, os problemas que têm havido com a resistência destes fungicidas e estratégias de manejo para minimizar esses problemas. Com essas informações esperamos permitir ao produtor melhorar o seu programa de controle da doença e reduzir os custos com aplicações”, explica o coordenador da Rede na Embrapa, pesquisador Alderi Araújo.
A sustentabilidade do sistema de produção é outro tema de relevância para o atual contexto do agronegócio nacional. Uma das pesquisas que serão apresentadas pela equipe da Embrapa comprova o aumento do estoque de carbono no solo no cultivo do algodoeiro em sistema de plantio direto.
“Além de aumentar a produtividade de algodão e de acumular mais carbono no solo, o sistema plantio direto confere maior resiliência produtiva e subsídios para expandir o comércio mundial para uma sociedade cada vez mais exigente em processos produtivos sustentáveis”, afirma o pesquisador da Embrapa Algodão Alexandre Cunha de Barcellos Ferreira, que coordena pesquisas com sistemas conservacionistas de produção no cerrado brasileiro.
Pesquisadores da Embrapa Territorial apresentarão soluções de inteligência e gestão de monitoramento territorial na cotonicultura para melhorar a logística da cadeia produtiva, alertar para os momentos de maior favorabilidade à ocorrência de doenças e mensurar a contribuição dos imóveis rurais para a preservação da vegetação nativa.
Estudos desenvolvidos no Oeste da Bahia revelaram que as propriedades dedicadas ao segmento destinam, em média, 40% de suas áreas para a preservação da vegetação nativa.
Nessa mesma região, geotecnologias começam a ser aplicadas para indicar, a partir de dados meteorológicos, os momentos de maior favorabilidade à ocorrência da mancha da ramulária e racionalizar a adoção de medidas de combate à doença, uma das principais ameaças à produtividade dos campos de algodão. A ideia é expandir esse trabalho para outras regiões do País com o objetivo de compreender e encontrar formas de incrementar a competitividade da cadeia produtiva.
Solos
A equipe da Embrapa Cerrados apresentará a tecnologia de bioanálise de solo (BioAS), que ajuda a avaliar a saúde dos solos. Com essa inovação, os produtores podem solicitar aos laboratórios análises químicas e físicas dos solos, e ter acesso a informações referentes a maquinaria biológica do solo, constituída por microrganismos, raízes e fauna.
Com essa informação disponível, eles poderão monitorar a saúde do solo de suas propriedades. Uma das principais vantagens da tecnologia é antecipar que tipos de mudanças ocorrem na matéria orgânica do solo em função do manejo adotado na propriedade. Trata-se de uma inovação que está alinhada ao objetivo de viabilizar tecnologias que promovam a sustentabilidade das atividades agrícolas com o equilíbrio ambiental.
Adubação
Outros assuntos em destaque serão a gestão da adubação com foco em sistemas e ambientes de produção para otimizar o uso de fertilizantes, manejo de plantas daninhas, nematoides, pragas e doenças, bem como o controle biológico. E, ainda, desempenho de cultivares de algodão, eficiência em pulverização, uso de drones na agricultura, problemas fitossanitários emergentes, além de caminhos e soluções para o bicudo do algodoeiro.
Além desses temas, no estande da Embrapa serão apresentados o portifólio de cultivares de algodão, um aplicativo para alerta de pragas e doenças da cultura, implementos para facilitar o plantio do algodão em sistema orgânico, bem como estarão disponíveis publicações técnicas para os visitantes.
Moacir Neto, De Goiânia (GO) Com informações da Embrapa Algodão/Bayer