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👶 Centro-Oeste registra alta de nascimentos enquanto Brasil encolhe

Goiás tem crescimento de 2,8% e Aparecida de Goiânia lidera em partos fora da cidade de residência

Enquanto o Brasil registrou, em 2023, o menor número de nascimentos desde 1976, a região Centro-Oeste seguiu na contramão da tendência nacional e apresentou crescimento. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgados na última sexta-feira (17), a região teve aumento de 1,1% nos nascimentos em comparação com 2022 — sendo a única do país a registrar crescimento.

Goiás aparece entre os destaques, com aumento de 2,8% nos registros de nascidos vivos, atrás apenas do Tocantins (3,4%) entre os estados com maiores crescimentos. Roraima também registrou avanço (1,9%).

O IBGE aponta que esse crescimento pode estar relacionado ao aumento de casamentos e à concentração urbana em cidades que ainda apresentam maior taxa de fecundidade.

Aparecida de Goiânia: entre o avanço e o desafio

Mesmo com o crescimento, a estrutura hospitalar ainda é um desafio. Aparecida de Goiânia, segunda maior cidade de Goiás, lidera o ranking nacional de partos realizados fora do município de residência da mãe. Em 2023, 80,8% dos nascimentos registrados ocorreram em hospitais localizados fora da cidade, revelando uma grave deficiência na rede de atenção obstétrica local.

O dado coloca Aparecida de Goiânia à frente de cidades como Belford Roxo (RJ), com 79,5%, e Jaboatão dos Guararapes (PE), com 74,6%.

Realidade diferente do restante do país

Enquanto o Centro-Oeste avança, o restante do país vive um processo de desaceleração. Foram registrados 2.518.039 nascimentos no Brasil em 2023 — uma queda de 0,8% em relação ao ano anterior e o menor número desde 1976. Este foi o quinto recuo consecutivo.

Segundo a pesquisadora do IBGE, Klivia Brayner, o fenômeno é multifatorial. “As mulheres estão adiando cada vez mais a maternidade. E a taxa de fecundidade tem caído ano após ano. Isso já está impactando diretamente no crescimento populacional”, afirma.

A mudança de perfil das mães brasileiras é clara:

  • Em 2023, 39% das mães tinham mais de 30 anos; em 2003, eram 23,9%.
  • O número de mães adolescentes caiu de 20,9% para 11,8% no mesmo período.

Projeções indicam declínio populacional

De acordo com projeções do IBGE, a população brasileira deve começar a encolher a partir de 2042. Até lá, a expectativa é que o país atinja 220 milhões de habitantes em 2041 e comece a reduzir esse número gradualmente, chegando a cerca de 199 milhões em 2070.

Apesar do crescimento no Centro-Oeste, os desafios relacionados à infraestrutura de saúde, especialmente no pré-natal e parto, seguem como entrave para garantir qualidade de vida e dignidade às famílias que crescem na região.

GED

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