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Saiba o que é alopecia, doença autoimune que afeta Jada Pinkett Smith

Relativamente comum, a alopecia é uma condição associada à queda de cabelos e pêlos do corpo que acabou virando assunto no último domingo (27), após a cerimônia do Oscar 2022. A relação entre os dois temas parece improvável, porém, ela se tornou possível por meio de uma situação envolvendo a atriz Jada Pinkett Smith.

Durante a premiação, o comediante Chris Rock fez uma piada envolvendo o visual da artista, que é casada com o ator Will Smith. Diagnosticada desde 2018 com a condição, Jada decidiu adotar os cabelos raspados como uma forma de autoaceitação, especialmente depois de sofrer com a queda intensa dos fios.

Após o comentário do humorista, o marido da atriz subiu ao palco e deu um tapa no rosto de Rock, mostrando-se extremamente incomodado com a piada. “Mantenha o nome da minha esposa fora da sua boca”, pronunciou Will Smith logo em seguida.

Apesar de desconfortável, a situação, que ganhou as manchetes do mundo inteiro, acabou trazendo à tona a discussão em torno da alopecia. Isso porque muita gente desconhece essa doença que atinge homens e mulheres, e possui diferentes causas.

Em geral, as explicações para o surgimento da condição envolvem fatores genéticos, quadros inflamatórios e até mesmo estresse. Dentre os tipos mais comuns da doença, estão a alopecia areata e a androgenética (ou calvície). Entenda as diferenças de cada um a seguir:

Alopecia areata afeta mais mulheres

A alopecia areata é uma condição autoimune, em que o sistema imunológico ataca e destrói tecidos corporais sadios, entre eles o folículo piloso – estrutura responsável pelo desenvolvimento do fio de pêlo ou cabelo. A doença é caracterizada pela perda de cabelo em áreas arredondadas ou ovais do couro cabeludo ou de pelos em outras partes do corpo.

As causas da alopecia areata ainda são desconhecidas, mas podem estar relacionadas tanto à condições genéticas, quanto à aspectos psicológicos do paciente, como alta carga de estresse e traumas. Quadros infecciosos também podem desencadear ou agravar o quadro.

Este tipo da doença pode afetar ambos os sexos de diferentes idades, incluindo crianças, mas costuma ser mais frequente entre as mulheres. Além da perda de cabelo e de pêlos, um dos possíveis sintomas da alopecia é sensação de queimação ou coceira na região da queda.

A área da perda capilar também pode variar de acordo com cada caso e a alopecia areata total, em que a pessoa perde todo o cabelo da cabeça, é rara. O diagnóstico e o tratamento da condição podem ser realizados por um dermatologista, que irá avaliar o quadro de forma individual.

Alopecia androgenética em homens

Já a alopecia androgenética, ou calvície, é associada a fatores genéticos e considerada a causa mais comum da queda de cabelo em homens. Entretanto, a condição também pode afetar mulheres, normalmente a partir dos 40 ou 50 anos.

No caso do público masculino, os sinais da doença começam a surgir já na adolescência, segundo a Sociedade Brasileira de Dermatologia. Isso acontece porque as mudanças hormonais podem causar alterações nos fios do cabelo, deixando-os mais finos e ralos. Nos homens, as áreas mais afetadas pela queda são a coroa e a região frontal, conhecida como ?entrada?.

Já nos casos de alopecia androgenética feminina, os sintomas aparecem mais tardiamente, entre os 30 a 40 anos. Nas mulheres, os fios de cabelo ficam mais finos, ralos e, posteriormente, caem, principalmente na região central.

Por ser uma condição genética, não há prevenção, porém existem tratamentos para a alopecia androgenética. Entre eles, estão o uso de medicamentos orais e tópicos, procedimentos a LED ou laser, terapia regenerativa, mesoterapia capilar e microagulhamento robótico.

Outros tipos de alopecia

Além desses dois tipos mais comuns, há ainda outras categorias de alopecia: por tração e cicatricial. A alopecia de tração é mais frequente em mulheres e está relacionada ao uso do cabelo preso por muito tempo. Entre os sintomas, estão falhas em diferentes áreas do couro cabeludo, principalmente nas têmporas e testa.

Por fim, a alopecia cicatricial é uma das formas mais raras da condição e se desenvolve devido a doenças congênitas ou quadros relacionados a queimaduras, radiação, infecções, traumas, doenças dermatológicas e tumores. Os sintomas percebidos, além da queda de cabelo, são coceira, ardência, vermelhidão, sensibilidade e dor.

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