PMs acusados de matar jovem com câncer agredido durante abordagem se entregam após ordem de prisão, diz defesa
Policiais sempre alegaram inocência. Investigação aponta que vítima foi agredida com cassetete e teve cabeça pressionada contra uma parede chapiscada.

Os dois policiais militares que foram acusados de matar um jovem com câncer agredido durante uma abordagem em Goiânia se apresentaram à polícia, na tarde desta sexta-feira (10), conforme informou a defesa deles. A Justiça já havia determinado a prisão deles ao aceitar a denúncia por homicídio qualificado. Os agentes já são réus pelo crime.
A defesa informou que os policiais se apresentaram ao comando da Polícia Militar assim que souberam do mandado de prisão. Disse ainda que é contrária à prisão preventiva e considera que a medida é “desnecessária”
Os policiais Bruno Rafael da Silva e Wilson Luiz Pereira de Brito Júnior são acusados da morte de Chris Wallace da Silva, de 24 anos. Testemunhas contaram que viram os militares agredindo o jovem com golpes de cassetete e também batendo a cabeça dele contra um muro chapiscado no dia 10 de novembro.
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Policiais Bruno Bruno Rafael da Silva e Wilson Luiz Pereira de Brito Júnior acusados da morte de Chris Wallace — Foto: Reprodução/TV Anhanguera
Segundo a família, ele chegou em casa muito machucado, vomitando sangue e tendo convulsões. Chris chegou a ser internado, mas acabou morrendo no dia 16 de novembro.
O juiz Eduardo Pio Mascarenhas, que determinou o pedido de prisão, apontou que existem os “indícios de autoria e prova da materialidade delitiva” contra os policiais. O magistrado destacou ainda que a liberdade dos policias
“atenta contra a ordem pública e repercute de maneira danosa e prejudicial ao meio social em que vivemos, haja vista a gravidade do crime combinada com o modus operandi, tendo em vista que a vítima foi espancada em via pública, no período noturno”.
O juiz destacou ainda a prisão é para tentar evitar que os dois atrapalhem a produção de provas, “haja vista que, pelo que consta dos autos, aparentemente os denunciados tentaram acobertar o fato, ao se dirigirem até a casa da vítima e colherem informações com a mãe e a irmã desta”.